Publicado em 20 de janeiro de 2023 às 08:04
A aluna do curso de medicina da USP Alicia Dudy Müller Veiga, 25, prestou depoimento na tarde desta quinta-feira (19) no 16º Distrito Policial, na Vila Clementino, em São Paulo. >
Ela é investigada pelo crime de apropriação indébita de R$ 920 mil, desviado do fundo de formatura de sua turma na faculdade. A pena pelo crime é de quatro anos de reclusão, além de pagamento de multa.>
A informação é do delegado Guilherme Azevedo, do 16º DP, que conduz a investigação junto à delegada Zuleika Gozalez. Segundo Azevedo, ao menos nove transferências foram feitas pela empresa Às Formatura para três contas pessoais de Alicia, a pedido da estudante, que era presidente da comissão de formatura.>
O depoimento de Alicia durou cerca de quatro horas e meia e terminou por volta das 18h30. Ela estava acompanhada de seu advogado, Sergio Ricardo Stocco, e ambos deixaram a delegacia sem falar com os jornalistas.>
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Em seu depoimento, Alicia confessou que desviou dinheiro da formatura e que usou parte dos valores com gastos pessoais.>
"Está comprovado o crime de apropriação de valores. A informação mais importante até o momento é que ela usou parte desse dinheiro com aluguéis, aluguel de apartamento, aluguel de carro", disse Gonzalez.>
"Ela realmente tirou esse dinheiro da formatura. Ela resolveu aplicar por conta, acabou fazendo péssimas aplicações e perdendo valores. Tentou recuperar de várias formas e acabou usando em benefício próprio parte dos valores", acrescentou a delegada. Entre os gastos está também a compra de um iPad Pro no valor de R$ 6.000.>
A delegada disse ainda que um eventual pedido de prisão da estudante "é algo improvável, porém não impossível".>
Além da investigação por apropriação indébita, Alicia é investigada na Deic de São Bernardo do Campo (ABC paulista) por suspeita de estelionato e lavagem de dinheiro após calote em uma casa lotérica, em julho. De acordo com as investigações, ela teria apostado ao menos R$ 800 mil em jogos de loteria.>
Além da estudante, outros dois integrantes da comissão de formatura foram ouvidos na quarta-feira (18). Eles informaram que Alicia costumava se apresentar à disposição para resolver todas questões referentes à formatura. "Solícita" e "humilde" foram algumas das características atribuídas a ela.>
De acordo com a empresa Às Formatura, o presidente da comissão tinha permissão de movimentar o dinheiro. Os alunos da Faculdade de Medicina haviam elaborado um estatuto que previa que movimentações acima de R$ 10 mil precisariam da assinatura do presidente ou vice-presidente junto aos dois tesoureiros, mas o documento não foi formalizado em cartório, nem comunicado à empresa.>
A empresa foi notificada pelo Procon-SP a dar explicações sobre como Alicia conseguiu transferir o dinheiro do fundo e, segundo o órgão, apresentou "informações genéricas". Assim, uma reunião foi marcada para segunda-feira (23) para que a Às Formatura esclareça a situação.>
Ainda de acordo com o Procon, caso a empresa não tenha zelado pelo patrimônio dos consumidores -ou seja, não tenha guardado os valores de modo adequado-, poderá responder a processo administrativo.>
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