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É engenheiro agrônomo e diretor administrativo financeiro do Incaper

Incaper: é hora de desenvolver a extensão rural do futuro no ES

Em seu terceiro ciclo, não estaria na hora de novo ajuste no planejamento estratégico do Incaper? Ampliar suas parcerias, sobretudo com as prefeituras municipais e entidades da agricultura familiar?

  • Cleber Guerra É engenheiro agrônomo e diretor administrativo financeiro do Incaper
Publicado em 22/08/2021 às 02h00
No Espírito Santo, quase 80% dos municípios dependem da agricultura familiar
No Espírito Santo, quase 80% dos municípios dependem da agricultura familiar. Crédito: Antonio Costa / ANPr

O serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) pública foi introduzido no Brasil em 1948, por Minas Gerais, de onde se espalhou para todo o país. Esse serviço veio sofrendo cortes no orçamento da União e perdendo competitividade, sobretudo pelo surgimento de outras instituições, mais estruturadas e com orçamentos mais robustos.

Em vários Estados, a discussão sobre o futuro desse serviço tornou-se inadiável, a exemplo do Espírito Santo, com o seminário “O Incaper que queremos no futuro”, em 2019, interrompido pela pandemia. Essas iniciativas demonstram já existir consenso sobre a necessidade de revisão de estratégias e metodologias da Ater Pública, adequando-se aos novos tempos, marcados pelas transformações estruturais no campo e pela revolução digital.

No Estado, a Ater pública conquistou alta credibilidade nesses 65 anos da sequência: Acares, Emater, Emcapa e Incaper. Além de presentes em todos os municípios capixabas, seus servidores residem neles, como um diferencial. Não raro, os técnicos do Incaper são chamados a socorrer agricultores, cujos projetos foram elaborados por agentes que já não mais atuam no município.

governo Casagrande tem reconstruído o Incaper, sucateado na gestão passada, investindo na renovação de frota, equipamentos de informática e de laboratórios. No entanto, ainda está buscando solucionar o desafio da falta de pessoal, adiado por conta da Covid-19. Desde o último concurso público, em 2011, há perdas sem reposição, estando operando, hoje, com metade do seu quadro ideal.

Historicamente, em ciclos médios de 20 anos, a instituição tem promovido ajustes em seu rumo. Assim, a Acares, criada em 1956, transformou-se na Emater, em 1976; e, em 2000, a Emcapa e a Emater fundiram-se no atual Incaper.

Completado, pois, o terceiro ciclo, não estaria na hora de novo ajuste no seu planejamento estratégico? Ampliar suas parcerias, sobretudo com as prefeituras municipais e entidades da agricultura familiar? Articular melhor com as universidades e escolas agrícolas, no modelo da pedagogia da alternância? Focar mais a organização e gestão dos agricultores para aspectos de mercado?

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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