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É escritor e subsecretário de Cultura de Vila Velha

Historiador, o romancista do passado e o guardião da memória

Em 2009, a Lei N° 12.130 instituiu 19 de agosto como o Dia Nacional do Historiador em homenagem ao nascimento do pernambucano Joaquim Nabuco (1849-1910)

  • Manoel Goes É escritor e subsecretário de Cultura de Vila Velha
Publicado em 19/08/2021 às 14h00
Livros contribuem para a formação cultural da população
Livros contribuem para a formação cultural da população. Crédito: Pixabay

É muito comum hoje em dia associar a carreira em História à função de professor, contudo, essa é uma ideia que vem ficando para trás. Com o desenvolvimento e expansão dos mercados, foi criada uma abertura para o historiador. Com o crescimento da economia e das cidades, nos anos 80, foi gerado um aumento da produção cultural no país.

Com esse estímulo econômico e social, o Brasil ganhou novos museus, teatros, eventos, produções de televisão e cinema, jornais, revistas, instituições de pesquisa etc. Sem falar nos meios atuais, como a internet. O circuito cultural construído presenteou os historiadores com novas perspectivas e frentes de trabalho.

Lecionar em escolas, faculdades e universidades não são as únicas opções de trabalho para os historiadores. Eles podem prestar consultoria, curadoria em museus, ser pesquisadores, trabalhar com memória empresarial ou ser gestores em arquivos privados ou públicos, entre outras atividades

Registros apontam que a profissão de historiador remonta muitos anos antes mesmo da aparição dos primeiros escritos, nos primeiros relatos de viagens. Por muito tempo o historiador foi uma espécie de “contador de histórias”, relatando as datas e fatos dos acontecimentos.

Nessa época, os homens não tinham uma clara noção do que muito tempo depois viria a ser a História, no sentido de uma grande conexão de eventos ao longo do tempo e do espaço. Foi com o surgimento da escrita que começaram a aparecer os primeiros registros históricos escritos e posteriormente, as pesquisas.

E, assim, o historiador desenvolveu olhar analítico sobre os fatos e pôde, também, atuar na preservação da memória, evitando que a história e a identidade dos povos fossem esquecidas. O historiador é o romancista do passado.

A atividade de historiador está relacionada diretamente em estudar o passado da humanidade em suas várias vertentes e dimensões, embasado em evidências, e de forma crítica; analisando os acontecimentos do mundo e o impacto que o passado tem sobre a contemporaneidade.

A atuação do historiador é fundamental para contribuir com a memória da humanidade e com as transformações por que passou a sociedade, assim ampliando compreensões e conhecimentos. São reconhecidos como historiadores quem tem graduação de nível superior em História, na modalidade licenciatura ou bacharelado, ou contar com uma pós-graduação na área, oferecida por instituição de ensino reconhecida pelo Ministério da Educação.

Em 2009, a Lei Nº 12.130 instituiu 19 de agosto como o Dia Nacional do Historiador em homenagem ao nascimento do pernambucano Joaquim Nabuco (1849-1910), que além de historiador, foi político, diplomata, jurista e jornalista. Conhecido por ser, também, um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras (ABL).

Foi um dos grandes protagonistas do movimento abolicionista. O Brasil foi o último país ocidental a declarar o fim do regime escravocrata (13 de maio de 1888). No entanto, a célebre citação “A escravidão permanecerá por muito tempo como a característica nacional do Brasil”, feita por Nabuco em seu livro “Minha formação”, antevia a realidade brasileira de 133 anos, uma vez que, até hoje, muitos trabalhadores ainda não possuem condições dignas de trabalho.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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