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É auditor fiscal da Receita Estadual do ES e flamenguista, membro da Embaixada Fla-Cachoeiro

Flamengo e Havan: também no futebol, dinheiro não tem cheiro

Tal como o Fisco, torcida rubro-negra não deveria se preocupar com a origem dos recursos que vão patrocinar o clube, não misturando questões político-partidárias com a paixão pelo esporte

  • Florentino Dalfior Junior É auditor fiscal da Receita Estadual do ES e flamenguista, membro da Embaixada Fla-Cachoeiro
Publicado em 14/07/2021 às 02h00
Flamengo enfrenta o Chapecoense pelo Campeonato Brasileiro
Flamengo enfrenta o Chapecoense pelo Campeonato Brasileiro . Crédito: Alexandre Vidal / Flamengo

Em maio deste ano, o Flamengo anunciou, pelas redes sociais, um novo patrocínio para o Manto Sagrado. Trata-se da Havan, do estrambótico empresário Luciano Hang, que estampa sua marca nas mangas do uniforme Rubro-Negro até o final de 2021.

A notícia movimentou a Magnética, como diria Jorge Benjor ao se referir à torcida Flamenguista. Muitos torcedores criticaram a nova parceria, principalmente pelo fato de Hang ser um contumaz apoiador do governo Bolsonaro.

Tal fato recordou-me meus tempos de concurseiro, do Princípio Tributário "pecunia non olet", recorrente em concursos públicos para o Fisco, que basicamente significa que o "dinheiro não tem cheiro".

O contexto histórico do qual emanou a conhecida expressão no meio tributário remonta à Roma Antiga, em que Tito, filho do Imperador Vespasiano, questiona seu pai sobre a cobrança de tributos dos banheiros públicos da cidade, por acreditar que aquele seria um dinheiro sujo e fétido. Vespasiano pegou uma moeda de ouro, colocou-a próxima ao nariz de Tito e perguntou “olet?”, Tito respondeu “non olet”, então o Imperador afirmou “Pecunia Non Olet” (dinheiro não tem cheiro).

Assim, de acordo com o Princípio Tributário, para o Fisco, pouco importa se os rendimentos tributáveis tiveram ou não fonte lícita ou moral.

Tal como o Fisco, a torcida do Mais Querido não deveria se preocupar com a origem dos recursos que vão patrocinar o clube, não misturando questões de polarização político-partidárias com a paixão pelo futebol.

Inclusive podemos aproveitar e afastar de vez a brincadeira do cheirinho, iniciada pela própria torcida do Flamengo e que saiu pela culatra: NON OLET!!!

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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