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É oftalmologista e especialista em Olho Seco

Consulta ao oftalmologista deve fazer parte da agenda de todos

O Abril Marrom, campanha de prevenção à cegueira que se estende até o final deste mês, nasceu para nos lembrar da importância de cuidar das nossas “janelas da alma”, como bem descreveu Leonardo da Vinci

  • Liliana Nóbrega É oftalmologista e especialista em Olho Seco
Publicado em 17/04/2024 às 13h24

Exaltados em prosa e verso, os olhos são aclamados em praticamente todo tipo de manifestação artística. Infelizmente, entretanto, não recebem a mesma atenção do ponto de vista médico. Os dados relativos à deficiência visual no Brasil e no mundo estão aí para comprovar isso.

De acordo com a OMS, pelo menos 2,2 bilhões de pessoas sofrem de algum grau de deficiência visual no mundo; a cada cinco segundos, um adulto perde a visão, e a cada minuto, uma criança enfrenta o mesmo desafio.

No Brasil, o cenário não é diferente. Temos cerca de um milhão de pessoas cegas e quatro milhões com deficiências visuais (com até 30% da capacidade de visão), conforme o Conselho Brasileiro de Oftalmologia.

O Abril Marrom, campanha de prevenção à cegueira que se estende até o final deste mês, nasceu para nos lembrar da importância de cuidar das nossas “janelas da alma”, como bem descreveu Leonardo da Vinci.

Passadas algumas semanas do Dia da Mulher, vale, inclusive, relatar um dado crítico: das 45 milhões de pessoas cegas no mundo, dois terços são mulheres. Ainda não há causas comprovadas disso, mas especialistas apontam algumas hipóteses como a longevidade (mulheres vivem mais que os homens, estando assim mais expostas a doenças que surgem a partir de certa idade e podem provocar a cegueira); alterações hormonais, tanto na menopausa quanto pelo uso de contraceptivos; e o acesso desigual aos cuidados de saúde (em várias regiões do mundo mulheres não têm as mesmas facilidades para ir ao médico que os homens).

Além delas, também têm sido muito afetadas pelas doenças da visão as populações de baixa renda, claramente pelo menor acesso à saúde. Quem tem condição de ser atendido por um médico pode fazer controles preventivos e detectar doenças de maneira precoce, em um momento em que a chance de tratar e ter sucesso é maior.

Sim, porque a prevenção continua sendo o melhor remédio. Até 80% dos casos de deficiência visual poderiam ser evitados com exames de rotina. Fazer consultas anuais com um especialista, desde a primeira infância, e manter a prática ao longo da vida, inclusive durante a gravidez, pode fazer a diferença entre a visão e a cegueira para muitas pessoas.

Olhos; olhar
Olhos; olhar. Crédito: Freepik

E essas consultas podem e devem ser realizadas mesmo na ausência de sintomas. Afinal, há doenças, como o glaucoma e a degeneração ocular, que são assintomáticas, mas podem ser detectadas por exames de rotina.

Ir ao oftalmologista precisa fazer parte da agenda de todos, como medida de prevenção e como ato de amor e cuidado com um dos nossos mais preciosos sentidos.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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