Autor(a) Convidado(a)
É presidente do Conselho de Administração da Acacci e presidente Executivo da Fundaes – Federação das Fundações e Associações do Espírito Santo

Câncer infantil: rede de apoio é fundamental para famílias de pacientes

Assegurar que a família tenha condição de poder seguir com o tratamento é tão importante quanto saber e tratar a doença

  • Robson Melo É presidente do Conselho de Administração da Acacci e presidente Executivo da Fundaes – Federação das Fundações e Associações do Espírito Santo
Publicado em 29/09/2021 às 02h00
Encontro de gerações; mãos dadas
Apoio institucional também é fundamental no enfrentamento do câncer infantil. Crédito: Freepik

Coloquemo-nos no lugar do pai, da mãe, da criança ou adolescente, da família inteira que tenha um caso de câncer infantil. Bastaria saber que temos o hospital público de referência e a sua equipe da saúde na condução desse tratamento? E o impacto na família trazidos pela doença, como ser atenuado? E os custos? E a mãe, que terá que deixar o seu emprego, vir do interior para a capital, deixando os outros filhos, e dar a necessária e específica dedicação ao seu pequeno ou à sua pequena? Quem pode ajudar essa mãe que agora se vê (quase que) só para levar adiante o tratamento? E como fica a escola que precisou ser interrompida? E depois do tratamento, passados dois anos ou mais, está livre? Vida que segue?

A saúde da criança, quando ameaçada, impacta muito mais que só naquele corpo humano em crescimento.

Em recente publicação, a Confederação das Instituições de Apoio e Assistência à Criança com Câncer (CONIACC)  salientou: “Ainda há necessidade de apoio para ofertar às crianças e aos adolescentes com câncer um diagnóstico precoce, tratamento de acordo com os protocolos terapêuticos monitorados, e suporte às famílias”.

Imaginando-nos no lugar da família, onde obter tudo isso? Posso confiar? Será que não vai faltar casualmente?

Essa doença tem muitas vertentes. Começa por poder ser diagnosticada precocemente, logo que alguns sinais apareçam. E as famílias por si podem não saber sequer de que algum sintoma, em geral inespecífico, já esteja dando sinais.

O ataque à doença tem que ser rápido e no seu início, para que as chances de cura sejam bem aumentadas.

Assegurar que a família tenha condição de poder seguir com o tratamento é tão importante quanto saber e tratar a doença.

E depois dos sufocos da descoberta e seu tratamento, ainda há que acompanhar por, talvez, um retorno da doença, já que é possível a sua reincidência.

É para isso que se mantém em pé uma entidade aqui em Vitória, por 33 anos, prestando o apoio no atendimento às crianças, aos adolescentes e suas famílias no tratamento do câncer infanto-juvenil.

A solidariedade, os alertas medico-hospitalares, os encaminhamentos sociais, familiares, econômicos não podem prescindir de quem, voluntariamente, dispõe-se a “governar” a sintonia entre tratamento, atendimento econômico, apoio psicossocial, sem maiores prejuízos na educação, na família daquele cidadão, cidadã ainda em formação físico-emocional.

Captar recursos, contratar serviços e profissionais, prestar contas à sociedade que se solidarizou, de maneira a não permitir descontinuidade, apesar mesmo das intempéries como a presente pandemia, é um trabalho invisível e que precisa ser realçado.

O maior patrimônio que assegura isso é a credibilidade, a reputação, a confiança depositada pelos doadores na instituição, a confiança dos muitos papais e mamães que têm na instituição o seu porto seguro.

Portanto, para além deste Setembro Dourado, dedicado à causa, registramos aqui o mais efusivo muito obrigado àqueles que prestam relevantes serviços como conselheiros fiscais, auditores, diretores, aconselhamentos e assessorias técnicas, científicas e de gestão, dando confiabilidade na governança da Acacci – Associação Capixaba Contra o Câncer Infantil.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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