Publicado em 30 de dezembro de 2019 às 16:21
Deixando um grande tabu de lado, convém lembrar que todos vamos morrer um dia. E o que será feito de nossos restos mortais pode ser uma decisão tomada ainda em vida ou deixada para a família. Quem não curte a ideia de, mesmo tendo morrido, ficar em um caixão debaixo da terra, tem a opção de ser cremado. E aí, basta pensar no destino das cinzas depois da cerimônia de cremação. >
Uma urna especial para ficar num canto especial da casa onde morava parece bom? Ter as cinzas lançadas ao mar, em toda sua imensidão azul, soa melhor? E que tal numa floresta? Se a pessoa que morreu era muito ligada à natureza, a proposta de ter seus restos cremados espargidos no solo de uma mata nativa parece apropriada.>
Um bosque na Região Serrana do Estado criou o cemitério de cinzas humanas. É uma área de cerca de dois hectares na Mata Atlântica que foi reflorestada há cinco ou seis anos. São 4,5 mil árvores, algumas bem altas já. É uma linda floresta que tem se regenerado naturalmente, explica Jaime Doxsey, idealizador do projeto, sociólogo e professor aposentado da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).>
Segundo Doxsey, trata-se de uma ideia inédita no Brasil e na América Latina. O cemitério de cinzas humanas já foi licenciado e tem alvará do município.>
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Em seu site, o projeto argumenta que a cremação é uma solução ecologicamente correta e sustentável, uma alternativa aos cemitérios convencionais, que enfrentam a escassez de espaços nos centros urbanos e geram impacto ambiental, com a contaminação do solo e da água durante o processo de decomposição do corpo.>
Com as cinzas, não há nenhum impacto ambiental. Até porque a cremação elimina toda a parte tóxica. Quando esses restos humanos vão para o solo, há uma regeneração de vida através da degeneração do corpo. E não temos nascente ou água corrente por perto. Então, não há nenhum perigo de contaminação de qualquer curso de água, comenta Doxsey.>
Há ainda todo um simbolismo no gesto, que fará mais sentido a pessoas mais espiritualizadas, ao proporcionar aos seres vivos o verdadeiro sentimento de eternização. O ciclo de vida humana se transforma num ambiente que respira, cresce e cumpre um papel de renovação do ar, da água e da vida humana, diz o site.>
Para quem se interessar em dar esse destino às cinzas, há três tipos diferentes de planos, que vão de R$ 1 mil a R$ 3 mil, em taxa única. >
No pacote mais completo deles, chamado de Eternização Ipê-dourado, por exemplo, o investimento sai por R$ 2 mil por pessoa ou R$ 3 mil por família, para abrigar até quatro pessoas. Esse plano inclui uma placa, a foto do ente querido, um banco de repouso e a manutenção.>
Mais informações no site: https://www.florestacinzashumanas.com.br/index.html.>
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