Publicado em 14 de abril de 2018 às 20:44
Gordurinhas, manchas, cicatrizes e outras marcas no corpo que muita gente tenta esconder por vergonha algumas pessoas fazem é questão de mostrar. E mais: elas acabam usando essas imperfeições para dar uma verdadeira lição de autoestima.>
É nas redes sociais locais onde a falsa ideia de um mundo feliz e perfeito é potencializada ao extremo que essas mulheres estão quebrando tabus de beleza e lutando contra o preconceito.>
O fato de ter um corpo fora dos padrões estabelecidos não impede a produtora de moda baiana Daylane Cerqueira, de 30 anos, de se desafiar nas aulas de pole dance. Em seu perfil no Instagram, Daylane exibe, orgulhosa, que o amor próprio tem a ajudado a voar cada vez mais alto.>
Meu corpo não é só forma, é função. Se ele realiza tudo que precisa, independentemente do tamanho que tem, ele é perfeito como é. Claro que nem sempre a autoestima está bem. Até porque a gente é bombardeada o tempo todo para acreditar no contrário, comenta a produtora.>
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Daylane conta que o pole dance a ajuda a se aceitar como é. Ser uma mulher gorda na barra é um desafio pra mim e uma enorme surpresa (e porque não inspiração?!) para outras pessoas, escreveu ela em uma postagem recente.>
A cada clique, diz, a repercussão é imediata e positiva: Recebo muitas mensagens de meninas falando que eu sou uma inspiração para elas, que elas passaram a entender que são bonitas também. Então vejo pelas respostas que estou ajudando outras pessoas.>
Para a life coach Luciana Almeida, todo movimento que é feito para desmistificar o padrão de perfeição é extremamente valioso. A busca pela perfeição está formando uma sociedade deprimida, insatisfeita. Olhar primeiro para o que falta é um grande erro, pois sempre faltará alguma coisa. Devemos olhar com mais compaixão para nós e, valorizar o que possuímos com alegria e agradecimento. destaca a colunista da Revista AG.>
Ao decidir encarar essa exposição nas redes sociais, a pessoa deve saber que, da mesma forma que virão elogios, virão críticas. Infelizmente, quem se expõe está sujeito a receber elogios e críticas, e tem que se preparar para isso. Vemos hoje, em algumas situações, um tom muito agressivo. Para esses momentos o melhor conforto é o autoconhecimento, pois só se ofende quem não se conhece, afirma Luciana.>
Se alguém que estiver acima do peso, for chamado de gordo não deve se ofender pois está ouvindo uma verdade, mesmo que seja de alguém muito deselegante. A minha dica é sempre a de não responder a ofensa. Deixe o próprio agressor se mostrar inadequado, completa.>
JOVEM COM VITILIGO QUER DAR UM BASTA NO PRECONCEITO>
Começou com uma manchinha discreta no pulso, que logo se espalhou, não dando nem tempo de Karina, então com apenas 18 anos, assimilasse direito a doença que acabara de descobrir. O diagnóstico caiu como uma bomba na vida dela.>
Quando soube que era vitiligo foi um baque muito grande para uma pessoa que não se aceitava, que tinha problemas de autoestima já. Entrei em depressão, conta a atendente Karina de Oliveira.>
Problemas emocionais aceleravam a doença, e o olhar crítico dos outros só piorava o quadro. As pessoas me viam e falavam 'nossa, como você pegou isso? ou como você se queimou?. Eu só chorava. Me machucava ter que todo dia dar explicação sobre o que eu tinha, relata a jovem.>
Mas no fundo do poço, Karina encontrou forças para se assumir e, sem intenção, começou a combater o preconceito em relação ao vitiligo.>
Uma amiga que é fotógrafa sempre me convidava para fazer um ensaio, e eu sempre recusava. Até que resolvi topar. Fizemos de improviso, e me apaixonei pelas fotos! Coloquei nas redes sociais e tive uma repercussão enorme, com muitas mensagens de carinho.>
A dona da ideia, James Rodrigues, também se surpreendeu com o resultado. Sempre a achei linda, mas ela tinha sérios problemas de autoestima. Sempre recusava meus ensaios, tinha medo de ter repercussão negativa, de virar meme, já que ela não é o padrão, comenta a fotógrafa e amiga.>
Diante do resultado, James resolveu levar a ideia adiante e criar o Projeto Se Ame. É tão bom ver como estamos atingindo outras pessoas. A história da Karina inspirou outras meninas com vitiligo, que entraram em contato comigo falando que sentem a mesma coisa, que se escondiam. Queremos acabar com o preconceito em relação à doença e a outros problemas, diz James.>
Essa aceitação é fundamental para a própria condição dela, segundo o dermatologista Leonardo Ferreira. O fator emocional interfere no desenvolvimento da doença. Quando a paciente não aceita o problema, a tendência é o quadro piorar. Se ela encarar melhor isso, pode manter a doença sob controle, aponta o médico.>
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