Publicado em 22 de junho de 2023 às 14:00
As buscas pelo submarino que desapareceu com cinco pessoas a bordo no Oceano Atlântico no início desta semana entraram em seu quinto dia nesta quinta-feira (22/06) e têm despertado grande interesse público em todo o mundo.>
O submarino, chamado de submersível por especialistas, foi dado como desaparecido no domingo (18), após partir para uma visita às ruínas do Titanic.>
As equipes de resgate estão em uma corrida contra o tempo, pois a previsão é de que o suprimento de oxigênio dure apenas até a manhã desta quinta.>
Relembre a seguir dois outros casos em que buscas por submarinos desaparecidos no oceano despertaram grande comoção e ganharam manchetes no mundo todo. >
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Em 15 de novembro de 2017, o submarino argentino ARA San Juan naufragou na costa do país com 44 tripulantes. Ele só foi encontrado após mais de um ano de buscas, a 900 metros de profundidade. >
A embarcação perdeu contato com a terra firme durante uma viagem de Ushuaia, no extremo sul do país, onde havia realizado exercícios militares, ao balneário de Mar del Plata, a 300 quilômetros da capital Buenos Aires.>
O capitão enviou oito comunicações para seus superiores, informando sobre uma falha nas baterias do submarino, horas antes de desaparecer nos radares.>
Segundo as mensagens, havia entrado água no sistema de ventilação do submarino. Isso ocorreu quando o submarino estava próximo da superfície, usando um "snorkel" submarino para a entrada de ar, e houve uma grande ondulação no mar.>
A última mensagem do capitão explicava que esse problema havia provocado "um curto-circuito e princípio de incêndio" no setor onde ficavam as baterias.>
A partir de então, foi iniciada uma intensa operação de busca pelo submarino, que contou com a participação de diversos países. >
A Marinha do Brasil e a Força Aérea Brasileira (FAB) chegaram a enviar três embarcações e duas aeronaves para ajudar nas buscas, mas o tempo ruim no local dificultou a ação, devido às ondas, que chegavam a 6 metros de altura.>
Duas semanas depois do desaparecimento, a Marinha argentina anunciou que já não havia esperanças de encontrar nenhum dos tripulantes com vida e as buscas foram temporariamente abandonadas.>
Em setembro de 2018, o governo argentino contratou a empresa norte-americana Ocean Infinity para continuar as buscas. >
Em 16 de novembro, os restos do submarino foram encontrados a 800 metros de profundidade e a 600 metros da cidade de Comodoro Rivadavia, na Patagônia argentina, em um local próximo aquele no qual foi registrado o último contato do submarino. >
A missão de busca do submarino foi cercada de reclamações dos familiares da tripulação, que questionaram o governo tanto devido ao próprio desaparecimento como em relação às buscas.>
Três anos e meio depois do acidente, o Conselho de Guerra puniu a cúpula da Marinha argentina com penas que variaram entre 20 e 45 dias de prisão. >
A maior penalidade recaiu sobre o então comandante da força de submarinos, capitão Claudio Villamide, que foi destituído. Mas especialistas e familiares consideraram as penas brandas demais.>
Uma investigação contra o então presidente Mauricio Macri por espionagem dos familiares da tripulação do submarino chegou a ser aberta, mas foi encerrada em julho de 2022 após não terem sido identificados delitos.>
Outro caso bastante conhecido é o do Kursk (K-141), um submarino nuclear que afundou no Mar de Barents em 2000, com uma tripulação de 118 homens.>
O acidente é visto como umas das maiores tragédias subaquáticas da história. O Kursk era na época visto como um orgulho da Marinha russa, uma máquina de guerra equipada com 24 mísseis e, até o naufrágio, considerada indestrutível. >
Mas duas explosões causadas pelo disparo de mísseis durante exercícios militares em 12 de agosto acabaram com esse mito.>
Segundo especialistas, um vazamento de peróxido de hidrogênio em um dos projéteis provocou um incêndio, que posteriormente provocou as duas explosões.>
O Kursk foi localizado a 108 metros de profundidade na madrugada de 13 de agosto.>
Inicialmente acreditava-se que todos a bordo haviam morrido na detonação, mas cartas deixadas por alguns marinheiros revelaram que 23 pessoas sobreviveram à explosão após se trancarem em um compartimento do submarino. >
As equipes de resgate, porém, não encontraram a embarcação a tempo e seus corpos foram localizados por mergulhadores noruegueses em 21 de agosto.>
O submarino foi totalmente içado apenas em outubro de 2001, mais de um ano após a tragédia. >
O caso provocou muitas críticas ao governo russo, que demorou dias para comunicar ao público a gravidade do acidente. >
Além disso, investigações posteriores apontaram que a Rússia recusou as primeiras ofertas de outros países para ajudar a resgatar os tripulantes do submarino, pois a embarcação poderia revelar segredos militares.>
A apuração oficial concluiu ainda que o acidente revelou "indisciplina flagrante, equipamentos de má qualidade, obsoletos e mal conservados", bem como "negligência, incompetência e má gestão" por parte dos responsáveis pelo submarino.>
Ninguém está preso atualmente pela morte dos 118 marinheiros.>
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