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Rússia concentra forças no leste da Ucrânia e intensifica ataques em Mariupol e Kharkiv

Rússia concentra forças no leste da Ucrânia e intensifica ataques em Mariupol e Kharkiv

Relatório da inteligência militar do Reino Unido afirma que situação humanitária em Mariupol está piorando

Publicado em 6 de abril de 2022 às 11:20

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A artilharia da Rússia voltou a atingir as cidades ucranianas de Mariupol e Kharkiv nesta quarta-feira (6), enquanto o Ocidente prepara mais sanções contra Moscou em resposta à morte de civis que Kiev e seus aliados classificam de "crimes de guerra".

De acordo com o último relatório da inteligência militar do Reino Unido, a situação humanitária em Mariupol, importante ponto estratégico para os interesses russos, está piorando. "A maioria dos 160 mil residentes restantes não tem luz, comunicação, remédios, aquecimento ou água. As forças russas impediram o acesso a ajuda humanitária, provavelmente pressionando os defensores a se renderem", diz o documento.

Um ataque russo danifica gravemente um hospital infantil e maternidade na cidade   portuária sitiada de Mariupol, na Ucrânia, nesta quarta-feira (9)
Ataque russo em março danifica gravemente um hospital infantil e maternidade na cidade portuária sitiada de Mariupol. (EVGENIY MALOLETKA/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO)

A vice-primeira-ministra da Ucrânia, Irina Vereschuk, disse que as autoridades tentarão retirar mais civis das zonas de conflito por meio de 11 corredores humanitários nesta quarta -embora as pessoas que tentarem deixar Mariupol tenham que usar seus próprios veículos.

Desde a semana passada, autoridades ucranianas e analistas têm dito que a Rússia mudou seus objetivos militares na Ucrânia. Em vez de tentar tomar Kiev e as cidades ao redor da capital, as forças de Moscou recuaram e estariam se concentrando no leste do país.

Em Lugansk, por exemplo, autoridades pediram nesta quarta que os moradores saiam "enquanto é seguro". A região faz parte do Donbass, território onde a Ucrânia enfrenta separatistas pró-Moscou desde 2014 e onde a Rússia reconheceu a independência de duas áreas dias antes de dar início à guerra.

As sanções ocidentais contra a Rússia ganharam novo impulso desde o fim de semana, quando centenas de corpos foram encontrados nas ruas e em valas comuns de Butcha, nos arredores de Kiev. O cenário, descrito como massacre, genocídio e classificado de crime de guerra por aliados da Ucrânia, motivou deu força a uma nova onda de retaliações, incluindo a proibição das importações de carvão russo e do acesso de navios russos aos portos da União Europeia.

Segundo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, há mais por vir. "Essas sanções não serão as últimas. Agora temos que analisar o petróleo e as receitas que a Rússia obtém dos combustíveis fósseis."

Os Estados Unidos também devem anunciar novas medidas contra Moscou ainda nesta quarta. O presidente Joe Biden falou sobre o tema no início da semana, quando voltou a chamar Vladimir Putin de criminoso de guerra, mas não deu detalhes sobre o que haverá de novo nas sanções. Segundo a Casa Branca, as novas medidas serão coordenadas entre Washington, G7 e UE e terão como alvo bancos e autoridades russas.

Em um discurso ao Conselho de Segurança da ONU na terça-feira (5), o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, disse que as novas sanções contra a Rússia "devem ser proporcionais à gravidade dos crimes de guerra dos ocupantes" e que os líderes ocidentais vivem agora um "momento crucial".

No Vaticano, o papa Francisco condenou nesta quarta o que chamou de "massacre em Butcha" e beijou uma bandeira da Ucrânia enviada da cidade, à qual se referiu como "martirizada". "As notícias recentes da guerra na Ucrânia, em vez de trazer alívio e esperança, trouxeram novas atrocidades, como o massacre de Butcha", disse o pontífice no final de sua audiência semanal no Vaticano. "Parem com esta guerra! Que as armas fiquem em silêncio! Parem de semear morte e destruição."

Quando beijou a bandeira, o líder católico foi aplaudido pelos milhares de pessoas que acompanhavam a cerimônia. Na sequência, convidou um grupo de crianças refugiadas da Ucrânia para se juntar a ele. "Essas crianças tiveram que fugir para chegar a uma terra segura. Isso é fruto da guerra. Não vamos esquecê-las e não vamos esquecer o povo da Ucrânia", disse o papa. De acordo com o Acnur, agência da ONU para refugiados, mais de 4,2 milhões de pessoas deixaram a Ucrânia desde o início da guerra.

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