Publicado em 26 de outubro de 2024 às 09:08
Na noite de sexta para sábado (26/10), Israel lançou uma série de ataques aéreos contra o Irã. Explosões foram ouvidas em Teerã, a capital do país.>
O exército de Israel diz que os ataques foram direcionados contra alvos militares iranianos — e todos os aviões que participaram da operação retornaram ao país em segurança.>
Segundo as informações divulgadas, bases militares no oeste e no sudoeste da capital iraniana foram os alvos. A mídia estatal do Irã divulgou que dois soldados foram mortos.>
As Forças de Defesa de Israel declararam que os ataques acontecem como uma resposta aos "meses de agressões contínuas" do Irã e depois que uma leva de mísseis iranianos atingiram Israel no dia 1º de outubro.>
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Os Estados Unidos foram informados sobre os ataques com antecedência, mas não tiveram nenhum envolvimento na operação, de acordo com o Pentágono.>
A questão agora é se e como o Irã responderá.>
Para Jeremy Bowen, editor de assuntos internacionais da BBC, os ataques israelenses eram esperados. >
Desde a operação com mísseis balísticos realizada pelo Irã em 1º de outubro, Israel disse que essa resposta viria. >
A questão agora é se o Irã dará uma nova resposta.>
O presidente dos EUA, Joe Biden, disse a Israel para não mirar em instalações nucleares, de petróleo ou de gás do Irã. O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu seguiu o conselho no contra-ataque realizado nas últimas horas.>
Bowen escreve que os americanos esperam que o ataque focado apenas em alvos militares possa persuadir o Irã a não lançar outra leva de mísseis contra Israel.>
"É difícil impedir rodadas sucessivas de ataques e contra-ataques quando os países envolvidos acreditam que serão vistos como fracos e dissuadidos se não responderem. É assim que as guerras aumentam e pioram", avalia ele.>
"Em 1º de outubro, o Irã revidava os ataques de Israel a seus aliados — especialmente o Hezbollah no Líbano. Agora, Israel diz que está respondendo a meses de ataques contínuos do Irã — não apenas os mísseis balísticos, mas também às ações de aliados e representantes do Irã.">
Bowen lembra que Israel também realiza uma grande ofensiva no norte de Gaza. >
O chefe de direitos humanos da ONU, Volker Turk, classifica o momento atual como o mais sombrio da guerra de Gaza — com o exército israelense sujeitando uma população inteira a bombardeios, cercos e risco de fome.>
"É impossível para alguém de fora saber se o momento dos ataques de Israel ao Irã foi projetado para desviar a atenção internacional do norte de Gaza. Mas pode ter sido parte do cálculo", pontua Bowen.>
Representantes do Irã disseram que o país tem "direito e obrigação de se defender" depois que Israel lançou ataques aéreos de retaliação contra o país.>
Em uma declaração, o Ministério das Relações Exteriores iraniano condenou o ataque de Israel e o descreveu como uma "clara violação" do direito internacional.>
"A República Islâmica do Irã se considera com direito e obrigação de se defender contra atos estrangeiros de agressão", diz o texto, que cita o Artigo 51 da Carta das Nações Unidas.>
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), Daniel Hagari, declarou que o Irã "pagou o preço" por seus ataques recentes a Israel.>
Ele afirmou que Israel realizou "ataques precisos e direcionados a alvos em diferentes partes do Irã". >
Esses alvos incluíram instalações de fabricação de mísseis, conjuntos de mísseis ar-terra e outras capacidades aéreas, detalhou ele.>
Hagari afirmou que Israel selecionou esses locais a partir de um "amplo banco de alvos" e que seria capaz de "selecionar alvos adicionais e atacá-los, se necessário".>
"Esta é uma mensagem clara. Aqueles que ameaçam o Estado de Israel pagarão um preço alto", concluiu ele.>
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