Publicado em 14 de agosto de 2023 às 07:50
Lynette "Pinky" Iverson é presença constante na cidade havaiana de Lahaina há anos. Os moradores locais a conhecem por sua caminhonete extravagantemente decorada com gliter rosa e pelo seu chihuahua chamado Tiny.>
O veículo foi uma salvação para muitos, pois ela carregou "pelo menos uma dúzia" de pessoas na traseira do carro e fugiu da cidade na terça-feira (8/8) quando os incêndios florestais se espalharam.>
"Quando cheguei ao meu carro, ele já estava envolto em chamas ao redor dos pneus", disse ela à BBC News do abrigo de emergência War Memorial Stadium, lembrando como a provação dela começou.>
"Tentei salvar pessoas, mas algumas não consegui", acrescenta ela.>
>
Este é o desastre natural mais mortal da história do Havaí. Até a manhã de domingo (13/8), as autoridades locais já tinham confirmado ao menos 90 pessoas mortas.>
Enquanto as chamas consumiam outras residências, ela jogava água na casa dela, na esperança de evitar que as brasas destruíssem o imóvel. Mas, apesar de seus esforços, ela se viu impotente ao testemunhar sua própria casa pegando fogo.>
"Uma senhora não queria sair. Outro homem estava gritando socorro".>
"Naquele momento, estávamos engolfados pela fumaça preta, muito preta", disse ela sobre a cena agitada.>
Ela só conseguiu pegar Tiny e as chaves do carro antes de fugir.>
Enquanto conversávamos, notei algo rastejando na cama a apenas alguns centímetros de seu cachorro. Sem saber o que era, ela usou um caderno para jogá-lo no chão, depois o esmagou com sua bota roxa de cowboy.>
Era uma centopeia venenosa, disseram ela e outras pessoas do abrigo. Tiny poderia ter morrido se fosse picado, ela acrescentou.>
Iverson ficou abalada com a provação e frustrada com a limpeza dos lençóis doados no abrigo.>
Sem o telefone, ela diz que espera que o irmão dela, que vive em Nevada, veja que ela falou com a BBC e finalmente saiba que ela está segura.>
Iverson viveu em sua caminhonete por seis anos antes de finalmente ser aceita em uma comunidade habitacional para deficientes e idosos em Lahaina.>
Agora com 70 anos, ela espera poder encontrar um lugar para morar novamente.>
Steve Strode, um ex-mergulhador comercial que vive em Lahaina há 10 anos, diz que é assombrado pelos vizinhos que foi forçado a deixar para trás enquanto fugia para salvar sua vida.>
Falando de sua cama no mesmo abrigo, ele diz que havia um homem com deficiência em seu complexo de apartamentos que precisou da ajuda de várias pessoas para poder escapar.>
Mas não deu tempo de reunir um grupo para ajudar, diz. "Eu tinha que contorná-lo", lembra ele.>
Ele e seu vizinho sobreviveram usando suas bicicletas para fugir. Os homens, ambos na casa dos 60 anos, tiveram que passar pelas chamas que às vezes chegavam a 3 metros de altura.>
Os incêndios florestais na ilha de Maui, no Havaí, onde fica a cidade histórica de Lahaina, e na Ilha Grande começaram na noite de terça-feira. Os ventos do furacão e o clima seco ajudaram a alimentar as chamas, causando uma rápida propagação.>
Milhares ficaram desabrigados pelo desastre e Maui tem seis abrigos em operação.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta