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Mexer no conjunto de rodas do carro pode ser uma infração?

Mexer no conjunto de rodas do carro pode ser uma infração?

Para evitar contratempos, é indispensável ficar de olho na legislação de trânsito

Publicado em 2 de julho de 2020 às 15:08

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Especialistas apontam que é preciso ter cuidado com as modificações para evitar multas e acidentes
Especialistas apontam que é preciso ter cuidado com as modificações para evitar multas e acidentes. (Freepik)

Com a finalidade de dar um toque especial no veículo, alguns motoristas apostam em diversas estilizações, incluindo a mudança no conjunto de rodas e pneus, substituição das lâmpadas por opções de xenon ou halógenas, entre outras. Especialistas indicam que alterações nos padrões estabelecidos no projeto do veículo podem gerar riscos de acidentes. É o caso da mudança na suspensão, que pode desencadear a perda da estabilidade do veículo. É bom ficar de olho nas modificações para evitar multas, além de não colocar a vida em risco e não comprometer a garantida do veículo.

Cleber Bongestab, gerente de veículos do Departamento Estadual de Trânsito do Espírito Santo (Detran-ES), explica que não existe impedimento legal à substituição dos pneus dos veículos. "No entanto, algumas alterações são proibidas pela legislação de trânsito. Dessa forma, os agentes de fiscalização deverão observar as regras, pois estará configurada infração de trânsito quando o condutor utilizar rodas e pneus que ultrapassem os limites externos dos para-lamas do veículo", observa.

Além disso, outro problema é o aumento ou a diminuição do diâmetro externo do conjunto do pneu e da roda. De acordo com Bongestab, não é correto que essas alterações façam com que o pneu e a roda tenham contato com qualquer parte da estrutura ou peças da suspensão quando o motorista gira o volante totalmente.

Segundo Marcelo Marques, gerente geral de pós-vendas da Kurumá, há casos de pessoas que colocam rodas com diâmetro muito maior do que o original, gerando consequências negativas. "Pode comprometer o alinhamento do carro. Com isso, há maior consumo de combustível, já que o diâmetro da roda está maior. Além disso, a leitura da velocidade pelo sensor pode ficar comprometida", explica.

Para Marcelo, entre as alterações mais frequentes, o rebaixamento do carro é a mais irresponsável, interferindo na garantia da concessionária. 

Aspas de citação

A severa alteração na suspensão interfere na perda de estabilidade e na segurança. Além dos danos na suspensão, essa atitude desencadeia a diminuição da vida útil do sistema de freio

Marcelo Marques
Gerente geral de pós-vendas da Kurumá
Aspas de citação

Cleber Bongestab lembra que com o advento da Resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) nº 479/14 ficou autorizada a alteração do sistema de suspensão dos veículos. "Mas os que tiverem sua suspensão modificada, em qualquer condição de uso, deverão inserir no campo das observações do Certificado de Registro de Veiculo (CRV) e do Certificado de Registro e Licenciamento de Veiculo (CRLV) a nova altura livre do solo", ressalta.

De acordo com o Detran, todas as mudanças que necessitem acertar o documento do veículo, devem ser previamente autorizadas pelo órgão e, depois de realizadas, registradas no CRV do veículo.

Consumo do carro

O diretor de oficina da Contauto, Jovani Gomes, explica que rodas ou pneus fora do padrão interferem diretamente no gasto de combustível. "O consumo é afetado consideravelmente. Dependendo do aumento das polegadas da roda, será necessário colocar um pneu mais largo, onde a aderência no asfalto aumenta e, com isso, o consumo também aumenta. Se for preciso aumentar ou diminuir a polegada do jogo de rodas, consequentemente os pneus deverão acompanhar", aponta.

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"Também é comum vermos a alteração no motor para ganhar mais potência, além das mudanças nos módulos de injeção do carro. Tudo isso altera muito o consumo do carro, além de comprometer os filtros e as juntas de motor. Com a mudança no motor, há a necessidade de calibrar a suspensão e os freios. Dá para perceber o desprezo de um trabalho complexo de engenharia, elaborado pela montadora", ressalta Marcelo Marques.

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