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Paratletas treinam forte no ES de olho nos jogos paralímpicos de Paris

Paratletas treinam forte no ES de olho nos jogos paralímpicos de Paris

Mariana Gesteira e Erica Rodrigues, ambas nadadoras do Clube Álvares Cabral, já intensificam as atividades para brilharem representando o ES

Publicado em 2 de junho de 2023 às 18:39

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Natação
Mariana Gesteira, é nadadora do Álvares Cabral. (Ramon Porto )

Destaques da natação paralímpica brasileira, Érica Rodrigues e Mariana Gesteira acumulam medalhas em competições nacionais e internacionais pela classe S9. As nadadoras fazem parte do time de paratletas do Clube Álvares Cabral, em Vitória, e iniciaram os trabalhos visando a classificação para os Jogos Paralímpicos de Paris, em 2024.

Mariana Gesteira é natural do Rio de Janeiro e aos três anos de idade teve o primeiro contato com a natação. Imersa no esporte, ela sempre sonhou em competir e ser atleta profissional.

Com 14 anos, ela foi diagnosticada com a síndrome de Arnold Chiari, uma doença rara que atinge o sistema nervoso central, causando perda de equilíbrio, falta de coordenação motora, dentre outros sintomas. Mariana perdeu alguns movimentos e teve que se afastar da natação, durante o período de recuperação.

A natação paralímpica retornou à vida da Mariana para auxiliá-la na aceitação da deficiência e para possibilitar que ela continuasse o sonho de ser uma atleta olímpica.

“Fiquei uns quatro anos afastada das piscinas, foi muito difícil. Poder resgatar a natação, mesmo que de forma diferente, foi o que deu vida, à minha vida. Por ter todos os membros, eu não me via como uma pessoa com deficiência. Daí na minha primeira competição paralímpica eu lembro que tinha cadeira, perna pra todo lado, e todo mundo supernatural, se dando superbem, eu me senti acolhida. Eu vi que poderia fazer parte desse mundo, sem ter preconceito comigo mesma”, conta.

Força na água

Já a Erica Rodrigues é curitibana e nasceu com uma má formação congênita, sem a mão e antebraço esquerdos. A paratleta começou a nadar desde os primeiros anos de vida, para ajudá-la no próprio desenvolvimento.

“Eu comecei na natação com três anos e fui até os oito anos. Eu fiquei apaixonada pelo esporte, já queria competir! Eu nunca vou esquecer a primeira medalhinha que eu consegui nadando na piscina de 15 metros”, brinca.

Natação
Erica Rodrigues, atleta de natação do Álvares Cabral . (Ramon Porto )

Na adolescência a Erica se distanciou das piscinas. Ela tinha vergonha da deficiência, chegando até vestir blusas de manga comprida todos os dias para que ninguém pudesse ver. Mas foi a possibilidade de voltar a nadar na categoria paralímpica que fez a atleta ter contato com pessoas com deficiência.

“O esporte desde aquele dia mudou a minha vida. Conheci várias pessoas, vários países, tive muitas oportunidades. Pra mim era o ‘fim do mundo não ter a mão’. O esporte também mudou minha vida na questão de me aceitar como eu sou”, explica.

Desde 2020, o Espírito Santo se tornou a casa e o centro de treinamento das atletas, por meio de um convite do treinador paralímpico Léo Miglinas. Há 23 anos ele está à frente da equipe capixaba de natação, considerada uma das quatro melhores do Brasil.

“São duas atletas que vieram de fora, durante a pandemia. Vieram se preparar para os Jogos de Tóquio aqui comigo. E deu muito certo. A Mariana foi campeã mundial no ano passado e medalhista de bronze nas Olimpíadas de Tóquio e a Erica é recordista brasileira e está com a vaga para o Pan-Americano deste ano, no Chile”, recorda Leo.

As atletas estão se destacando nas competições do ciclo olímpico. No final de abril, elas foram medalhistas no Open Internacional Paralímpico de Natação, em São Paulo.

Érica foi bronze na competição multiclasse e Mariana Gesteira também apresentou um excelente rendimento, conquistando duas medalhas de prata nas provas de 50m livre e 100m livre. Com o resultado, Gesteira segue liderando o ranking mundial nas duas provas.

Em meio às premiações e treinos, as nadadoras não escondem o objetivo final que é representar o Brasil nas Paralimpíadas de Paris.

“Minha meta é conseguir a classificação para o Parapan desse ano, as seletivas começam em agosto. Então a gente está numa preparação dura e árdua aqui nos treinos. Meu sonho sempre foi ir para as Paralimpíadas, então todo dia eu levanto da minha cama disposta a dar o meu melhor pra conseguir realizar esse sonho”, diz Erica.

Mariana segue com o mesmo foco, trazer uma medalha olímpica, só com uma cor diferente. " Espero muito brigar por essa medalha em Paris. Quero alcançar excelentes resultados e estou trabalhando para isso".

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