• Isabela Castello

    Isabela Castello, administradora e designer, é apaixonada pelo universo criativo e pela natureza. Assina duas colunas. A VÃO LIVRE aborda conteúdos sobre arte, design, arquitetura e urbanismo. E a coluna TERRA trata de temas relacionados à sustentabilidade ambiental e ao consumo consciente. Seu propósito, com as colunas, é disseminar o bem e o belo.

Marcas criam peças de moda praia sustentável

Publicado em 22/01/2023 às 06h00
Pitaia Rio

A Pitaia Rio utiliza tecidos biodegradáveis. Crédito: Reprodução @Pitaiario

Cada escolha de consumo feita por cada indivíduo pode contribuir ou prejudicar o planeta e o meio ambiente. Podemos e devemos fazer escolhas sustentáveis todos os dias, em todas as estações. E não seria diferente no verão, a estação mais esperada e preferida dos brasileiros.

Você sabia que...

  • A indústria da moda é uma das mais poluentes do planeta?

  • As lycras comuns demoram cerca de 100 anos para se decompor na natureza?

  • Que biquínis, maiôs e sungas, quando entram em contato direto com a natureza, seja no mar, nos rios ou cachoeiras, liberam microplásticos que poluem as águas?

  • As agências da ONU destacam que a indústria da moda é responsável por entre 2% e 8% das emissões globais de carbono, com grande impacto sobre o clima?

A boa notícia: ser sustentável está na moda!

A indústria da moda renovou, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, COP26, o compromisso com ações para combater as mudanças climáticas. O documento elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, e pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, Unfccc, conta com 131 empresas de moda e 43 apoiadores. Ainda muito poucos para o universo enorme deste segmento no planeta.

Mas essas mudanças tão necessárias e urgentes passam também pela consciência e escolhas dos consumidores. Nessa edição, vamos apresentar informações e opções de produtos para a moda praia que contribuem para essa mudança.

Já existem no mercado tecidos biodegradáveis que possuem baixíssimo impacto no meio ambiente em comparação às lycras comuns. Eles se decompõem em ambiente de aterro (e apenas nesse ambiente!) em apenas 3 a 4 anos. Enquanto as lycras comuns demoram 100 anos para se decompor.

Imagine só que o tempo de vida de um biquíni – quem dera fosse somente um! - que você compra a cada verão chega a ser, na maior parte das vezes, maior do que a expectativa de vida humana. Agora imagina a quantidade de lixo que é gerada, poluindo todo o ecossistema que a gente mais ama: as praias, rios e cachoeiras...

Para um tecido ser considerado biodegradável, ele deve passar por certificações que comprovem os pré-requisitos necessários em relação ao tempo de degradação e à composição da sua matéria-prima.

Fazer uma moda praia sustentável é muito mais do que optar por tecidos biodegradáveis. E isso já é muita coisa! Mas as marcas selecionadas tem muitas ações e políticas que contribuem para a sustentabilidade. Conheça estas marcas e lembre-se de optar por empresas e marcas mais que tem o compromisso ambiental no seu DNA.

Tecido biodegradável

As peças da Kauwela são feitas com tecido biodegradável, com certificado de produção sustentável, feito com água reutilizada e com o selo CO2 Control. Além disso, é um tecido tecnológico: possui proteção solar, é antiodor e não possui nenhuma toxidade para pele.

A empresa envia a certificação do tecido biodegradável e produção sustentável junto de um recadinho de obrigada, feita de papel semente. Ao ser plantado em terra fértil e regado, germinarão sementes de manjericão!

Todas as peças são enviadas dentro de um saquinho de algodão cru. Além de ser feito de um material natural, também pode ser reutilizado de várias formas. E a caixa é feita de material 100% reciclado e 100% reciclável!

3 pilares

A Sarau entende que a indústria da moda é uma das que mais explora e destrói o ecossistema. Por isso, busca inserir a sustentabilidade nos processos da empresa dentro dos 3 pilares: social, ambiental e econômico.

A empresa tem Certificação OEKO-TEX. Isso significa que os produtos não são tóxicos à saúde humana. Os tecidos dos biquínis e roupas esportivas são feitos de nylon biodegradável que se decompõem em até 4 anos e possuem proteção solar UV50+. Também investem em tecidos de fibras naturais provenientes de descartes das grandes indústrias, para produção de outros artigos de vestuário que compõem as coleções.

Utilizam etiquetas de algodão cru, com estamparia digital, e reguladores de metal banhados a ouro, garantindo uma vida útil prolongada. Todo o material gráfico e embalagens são produzidos com materiais reciclados e/ou recicláveis.

Tem o selo EURECICLO®, pois fomentam o movimento de reciclagem e o trabalho dos catadores da região Centro-Oeste. As sobras de tecidos das peças são doadas para instituições que as reutilizam. Evitando, assim, o descarte precoce e incorreto desses insumos.

Propõe uma moda reversível e conversível: roupas atemporais e com variadas formas de uso: biquínis dupla-face, canga que pode ser lenço, saia, vestido e o que sua criatividade permitir. Desta forma, buscam prolongar o tempo de vida das peças, começando da sua matéria prima e indo até seu modo de usar.

Os produtos têm uma modelagem inclusiva, ao considerar a pluralidade dos corpos reais, uma de entender e atender a necessidade do coletivo.

Sustentabilidade

A Pitaia Rio utiliza tecidos biodegradáveis, com selo de controle de emissão de CO2. Todos os biquínis são feitos de tecidos biodegradáveis, que possuem a tecnologia AMNI SOUL ECO, a primeira poliamida biodegradável do mundo, que se decompõe em até 3 anos, quando em contato com aterro sanitário.

A viscose é certificada e obedece aos padrões rígidos da EU Ecolabel (Selo Ecológico da União Europeia), considerado padrão ambiental líder no mundo. Além disso, as fibras são extraídas de madeira oriunda de plantios de florestas sustentáveis. O algodão passa por um processo de produção livre de substâncias nocivas para o corpo e meio ambiente, além de ser uma matéria-prima certificada e rastreável.

Os tecidos possuem o selo CO2control, fabricados com materiais e processos auditáveis e de reconhecido esforço na busca pela sustentabilidade no têxtil, como por exemplo: compostabilidade; biodegradabilidade no descarte; isenção de modificações genéticas; ciclos fechados de produção.

A busca pela sustentabilidade não se resume apenas a escolha de tecidos. As etiquetas de roupas são comumente descartadas, com uma vida útil muito baixa. A marca adotou o uso de tags plantáveis. Além de natural, renovável, biodegradável e compostável, vira uma margarida ao ser plantada.

As embalagens são únicas e totalmente sem plástico. A marca prioriza uma moda pautada no slow fashion – preconizando peças atemporais e duráveis. Trabalham com costureiras regularizadas e em condições dignas de trabalho, no Rio de Janeiro. E, também, geram renda para pequenas artesãs locais, com o upcycling de materiais que seriam descartados. Além disso, oferecem a opção de entregas ecológicas de bicicleta, na cidade do Rio de Janeiro.

CONSUMO CONSCIENTE

Tentei fazer a matéria mais enxuta, mas não consegui. Pois queria evidenciar como empresas que fazem escolhas sustentáveis incorporam este compromisso em todas as áreas e processos da empresa. Essas três empresas são algumas das muitas empresas de moda que tem um compromisso com a sustentabilidade. Existem muitas outras. E, nosso papel, como consumidores é, além de consumir menos, sem excesso, conhecer as práticas sustentáveis das empresas e escolher aquelas que se comprometem verdadeiramente com o meio-ambiente.

E, você, depois de ler tudo isso, vai conseguir continuar comprando seus biquinis com outras marcas que não tem compromisso com o planeta e com o nosso futuro?

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Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de HZ.

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