Publicado em 23 de dezembro de 2025 às 12:24
As renas ( Rangifer tarandus ) são mamíferos herbívoros pertencentes à família dos cervídeos, a mesma dos alces e veados. Elas vivem nas regiões geladas do hemisfério Norte, como Escandinávia, Rússia, Canadá e Alasca, e se adaptaram perfeitamente às baixas temperaturas, à neve e aos longos períodos de escuridão. >
Durante o Natal, esses animais ganham um significado simbólico e mágico, aparecendo em contos e filmes como os fiéis companheiros do Papai Noel. Porém, por trás das histórias e das decorações festivas, há uma espécie fascinante, com características biológicas e comportamentais únicas. >
A seguir, conheça algumas curiosidades sobre as renas! >
Entre todos os cervídeos, apenas as renas foram domesticadas por populações humanas. Povos nômades do Ártico, como os Sami, na Escandinávia, e os Nenets, na Rússia, começaram a criá-las há mais de 2 mil anos. Elas são utilizadas como meio de transporte, para puxar trenós e carregar cargas, além de fornecerem leite, carne e peles, que ajudam a proteger contra o frio. >
>
Uma característica curiosa é que tanto machos quanto fêmeas de rena têm chifres, o que é incomum entre os cervos. Esses chifres são formados de ossos e crescem cobertos por uma fina camada de pele chamada “veludo”, rica em vasos sanguíneos e nervos. Os machos utilizam os chifres principalmente para disputas durante o período reprodutivo, que ocorre no outono, enquanto as fêmeas os mantêm durante o inverno para defender o alimento e o espaço de outros animais. >
As renas têm cascos que se transformam de acordo com as estações para se adaptar ao ambiente. No verão, quando o solo é macio e úmido, os cascos ficam mais flexíveis e com uma camada mais fina, o que facilita caminhar em terrenos lamacentos. No inverno, eles se tornam duros e afiados, permitindo que as renas cavem a neve para encontrar líquens e raízes — seus principais alimentos — e mantenham estabilidade ao andar sobre o gelo. >
Em um ambiente coberto de neve, distinguir detalhes pode ser um desafio, mas as renas contam com uma habilidade especial: elas enxergam luz ultravioleta. Essa capacidade lhes permite perceber contrastes invisíveis ao olho humano, como o rastro de um predador ou a presença de líquens sob a neve. Essa visão aprimorada é uma adaptação ao clima extremo do Ártico, onde a luminosidade é baixa durante boa parte do ano. >
As renas são conhecidas por realizar uma das maiores migrações terrestres do mundo. Alguns rebanhos percorrem mais de 5 mil quilômetros por ano em busca de pastagens e locais seguros para se reproduzir. Esses deslocamentos em grupo, que podem reunir dezenas de milhares de indivíduos, são fundamentais para a sobrevivência da espécie. Durante o trajeto, as renas enfrentam rios congelados, ventos fortes e temperaturas extremas, mas contam com sua resistência física e espírito coletivo. >
A pelagem das renas é uma das mais eficientes do reino animal. Ela é composta por duas camadas: uma interna, densa e lanosa, e uma externa formada por pelos ocos e cheios de ar. Essa estrutura cria uma barreira térmica que retém o calor do corpo e impede a perda de temperatura. >
Além disso, os pelos ocos ajudam na flutuação, o que é útil quando as renas precisam nadar durante suas migrações. Graças a essa adaptação, esses animais conseguem suportar temperaturas inferiores a -40 °C e manter o corpo aquecido mesmo sob ventos gelados. >
Apesar de parecerem silenciosas, as renas possuem um repertório de sons para se comunicar entre si. Durante o deslocamento em grupo, emitem estalos e grunhidos curtos que servem para manter o rebanho unido. Os filhotes reconhecem o som da mãe e a seguem pelo som. Além disso, os machos produzem vocalizações graves durante o período de acasalamento, que ajudam a atrair as fêmeas e intimidar rivais. As renas também usam expressões corporais, como o movimento da cabeça e da cauda, para demonstrar alerta ou submissão. >
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta