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Assim como a Ford, o Botafogo parece querer encerrar as atividades no Brasil

Derrotado mais uma vez, o clube caminha firme para um inadiável rebaixamento e coloca em risco o próprio futuro. Falhas, má gestão e mentiras deslavadas contribuíram para que a equipe chegasse ao patamar atual

  • Murilo Cuzzuol
Publicado em 20/01/2021 às 20h10
Atualizado em 20/01/2021 às 23h04
Botafogo
Assim como o Nilton Santos, o Botafogo hoje é um vazio em todos os sentidos. Crédito: Vitor Silva/Botafogo

A matemática insiste em dizer que não, mas a única certeza no mar de incertezas do Botafogo é que o clube estará na Série B em 2021. Nem o botafoguense mais supersticioso é capaz de apostar na permanência do time na elite do Brasileirão faltando ainda 7 jogos, ou seja, 21 pontos em disputa. Sem encontrar forças para reagir, o outrora Glorioso agoniza na última colocação, com apenas 23 pontos em 31 rodadas. São 9 pontos de distância para o primeiro time fora do Z-4, o Fortaleza, que ainda joga na rodada.

A derrota de virada, no Nilton Santos, para o Atlético-GO nesta quarta-feira (20) é só mais uma da equipe na competição. Agora já são 16 derrotas, só não pior que o Coritiba, com 17. O Botafogo lidera, porém, em um aspecto negativo: foi quem menos venceu na competição. Apenas 4 vitórias, ridículo até para um time que luta para não cair.

Com números tão ruins, o terceiro rebaixamento da história desenha-se ainda mais dramático. As mudanças recentes na distribuição das cotas de televisão torna o futuro incerto e nebuloso em General Severiano. Exemplificando: Na Série A, o Botafogo recebe atualmente cerca de R$ 100 milhões. Na segunda divisão, a cota fixa para os 20 clubes participantes é inferior a 10% do recebido pelo time da estrela solitária na elite. Em resumo, menos de R$ 10 milhões. Pergunto: como montar um time?

ABANDONADO

O inevitável rebaixamento do Botafogo foi desenhado há anos, no plural mesmo. São seguidas gestões danosas ao clube, contratações injustificáveis e mentiras, muitas. A SA nunca esteve perto de sair do papel e era vendida por conselheiros e idealizadores do projeto como a salvação da lavoura. Quem em sã consciência investiria dinheiro pesado em um time falido e com dívidas na casa de R$ 1 bilhão? Ninguém!

Botafogo
A estrela solitária do Botafogo ganhou um novo adjetivo: abandonada. Crédito: Vitor Silva/Botafogo

Enganaram o torcedor com esta história e ainda mascararam a realidade que escancarava todas as portas do clube. Torcedores rivais tripudiavam do Botafogo dizendo que "iria acabar". A zoação adversária já não soa tão mais brincadeira assim. As dívidas sufocam todas as receitas e a nova diretoria que assumiu em janeiro nem sabe por onde começar.

Querem mais um exemplo? Como que um clube que conta moedas permite uma bonificação de R$ 9,5 milhões de reais para um jogador (Pedro Raul) apenas por ele atingir um percentual de jogos disputados e não gols?! Não faz sentido em time nenhum do planeta. Nem no endinheirado Real Madrid, muito menos no quebrado Botafogo. Isto é surreal e soa como um soco na boca do estômago do desacreditado torcedor.

A situação é caótica e não há muito o que fazer por agora. Caso não caia na 32ª, cairá na próxima. É inevitável e questão de tempo. Se o Botafogo quer se manter entre os grandes, vai precisar obrigatoriamente se portar como um pequeno até arrumar a casa (se ela ainda existir). Mais do que isso, precisará trazer o torcedor de volta. Esta, talvez, seja a missão mais difícil. Ninguém gosta de apanhar!

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