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Defesa da família de Jonas Amaral não descarta assassinato

Defesa da família de Jonas Amaral não descarta assassinato

Segundo a defesa da família de Jonas, a hipótese de suicídio não deve ser considerada "pois neste caso já teria sido encontrado"; já a polícia não descarta suicídio, embora acredite que o acusado esteja foragido

Publicado em 15 de março de 2019 às 16:49

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09/03/2019 - Osmar Aarestrup é o advogado da família de Jonas Amaral. (Gustavo Ribeiro)

Os advogados que representam a família de Jonas Amaral, 34 anos, informaram que, caso o vendedor não seja encontrado até o fim desta sexta-feira (15), adotarão uma nova conduta: tratar Jonas como assassinado, e não foragido, descartando, inclusive a hipótese de suicídio. O vendedor é acusado de agredir quase até a morte a namorada Jane Cherubim, na madrugada do dia 4 de março, em Dores do Rio Preto.

"Nesse novo norte, passaremos a trabalhar com a premissa de que Jonas do Amaral cujo desaparecimento sugere a possibilidade de estar morto, caso em que se faz necessário conduta para afastar a tese de suicídio e, posteriormente, identificar os responsáveis pela morte”, diz trecho de nota assinada pelos advogados Osmar Aarestrup, Newton Frauches Silveira Gaia e Daniele Rodrigues.

Defesa da família de Jonas Amaral não descarta assassinato

Para a defesa, a hipótese de suicídio é afastada pois o corpo, neste caso, já teria sido encontrado. O advogado Osmar Aarestrup afirma que por dois dias foram feiras buscas na área do crime praticado contra Jane Cherubim. A varredura contou com mais de 50 integrantes de um grupo de trilheiros do Caparaó.

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Não estamos acusando ninguém. Ante ao momento histórico que vivemos no Brasil hoje, com a disseminação do ódio e de se fazer justiça com as próprias mãos, qualquer pessoa que tenha encontrado Jonas fugindo pode ter tomado as dores da vítima e ter justiçado o Jonas

Osmar Aarestrup, advogado da família de Jonas
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DELEGADO NÃO DESCARTA SUICÍDIO, MAS CRÊ EM FUGA

Jonas Amaral, acusado de agredir a namorada Jane Cherubim, em Dores do Rio Preto . (Reprodução/Instagram)

O delegado José Maria Simão, responsável pela investigação, informou, nesta quinta-feira (14), que Jonas Amaral, de 34 anos, pode ter cometido suicídio após agredir a vítima. Ele é considerado foragido da Justiça desde o dia cinco de março, um dia após o crime que ocorreu na localidade de Pedra Menina.

José Maria disse que todas as possibilidades são investigadas, mas que Jonas pode ter cometido suicídio devido ao áudio que enviou para a mãe de Jane logo após a agressão. “Não descarto a possibilidade dele estar morto, mas acredito que ele está vivo e se escondendo”, disse.

Nesse áudio, ele está com o tom de voz alterado e afirmava que Jane estava deitada no chão se fingindo estar desmaiada. “Tava no bar trabalhando, pedi para ela ir no bar perto de mim e ela não quis, pra fazer desfeita da minha pessoa, dona Maria. Ela tá aqui agora fingindo que é não sei o quê, tá desmaiada no asfalto aí. Eu cansei, dona Maria. Eu fiz de tudo pra vocês, cansei dessa vida hipócrita minha. Cansei mesmo, de coração", disse.

OUÇA

Jonas de Amaral enviou áudio para a sogra

O APELO DA MÃE DE JONAS

Mãe de Jonas pede ajuda para localizar o filho; Jonas do Amaral está foragido desde o dia do crime, 4 de março. (Montagem)

O apelo de uma mãe. Consciente do ato do filho e pedindo para que ele se entregue para pagar pelo o que fez, a mãe do representante comercial Jonas do Amaral, 34 anos, publicou um vídeo na página do Facebook dela, nesta sexta-feira (15). Dalva do Amaral suplica por ajuda para encontrá-lo. 

Falando com pausas e fechando os olhos em muitos momentos, Dalva disse: "Hoje, nessa manhã de sexta-feira, 11 dias que o meu filho, Jonas, está desaparecido. Não sei aonde está. Eu amanheci com o coração mais e mais partido. Eu gostaria de pedir ajuda de vocês, aqueles que puderem me ajudar, me ouvir. Ajuda, gente. Alguma coisa, quem souber do meu filho, por favor, me fala onde ele possa estar. Me fala aonde o meu filho está".

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Meu filho nunca passou um dia sem falar comigo e hoje faz 11 dias, na verdade, 12 dias que eu não o vejo, que eu não ouço a palavra dele, a voz dele. Quem tiver me ouvindo, quem souber dele que possa me falar aonde o meu filho está

Dalva, mãe de Jonas Amaral
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A mãe ainda afirmou que a família está com o advogado para o Jonas se entregar e que não sabe se filho está vivo ou morto. "Nós estamos aqui para ajudar ele, para ele se entregar. Nós estamos aqui com advogado, para poder ajudar ele se entregar, pra ele pagar pelo o que ele fez. Mas eu preciso saber aonde ele está, porque até agora a gente não sabe se ele está vivo ou se está morto. E se alguém souber, que me ajuda, me ajuda pelo amor de Deus. Pelo amor de Deus, me ajuda, gente, me ajuda a encontrar o meu filho. É tudo que eu peço nesse dia, nessa manhã".

VEJA O PEDIDO

O CRIME

04/03

A vendedora Jane Cherubim, de 36 anos, foi espancada às 3 horas da madrugada, após sair do local de trabalho com o namorado Jonas Amaral, de 34 anos. Após a agressão, foi largada em uma estrada de Dores do Rio Preto. Por volta de 5h20 da manhã, foi encontrada pelos irmãos, seminua, desmaiada e torturada. Foi levada para um hospital de Carangola (MG). Depois de espancar a namorada, Jonas enviou um áudio por aplicativo para a sogra.

OUÇA

Jonas de Amaral enviou áudio para a sogra

05/03

- Em recuperação no hospital, Jane conseguiu falar e confirmou que foi espancada pelo namorado.

- Justiça decretou a prisão do vendedor Jonas do Amaral, companheiro de Jane, acusado de tê-la espancado. Ele vai responder pelo crime de tentativa de feminicídio.

06/03

- Jane já respirava sem aparelhos, conseguiu falar aos poucos, e permanecia muito inchada devido ao espancamento, ainda sem conseguir abrir os olhos. Em desabafo com a mãe, ela temia que o agressor entrasse no hospital.

- O pai de Jonas disse à Polícia que o rapaz telefonou para ele logo após cometer o crime, dizendo que "sua vida não valia mais nada".

07/03

- A Polícia de Minas Gerais foi alertada para ajudar na localização de Jonas. Fotos de Jonas e a cópia do mandado de prisão foram distribuídas por várias equipes. Uma equipe foi checar uma denúncia em Pedra Menina, mas não obteve sucesso na prisão.

- A família de Jonas ajudou nas buscas do vendedor, que segue foragido da Justiça. Grupo de 40 pessoas se reuniu para procurá-lo na estrada que dá acesso ao Parque Nacional do Caparaó e nas proximidades.

- A Polícia acreditava que Jonas possa ter tido ajuda para fugir.

- No hospital, Jane se levantou da cama pela primeira vez e se viu no espelho.

08/03

- Jane apresentou significativa melhora no quadro clínico, e seguia internada.

- Força-tarefa da Polícia do Espírito Santo e de Minas Gerais foi organizada para localizar Jonas Amaral.

- A Polícia afirma que iria pedir a prisão temporária do pai e do irmão de Jonas, suspeitos de terem alterado a cena do crime e ajudado o suspeito a fugir.

- Jane recebe a visita do advogado e do delegado, presta depoimento à polícia, chora muito, e passa mal em seguida, após relembrar o crime.

09/03

- No hospital, Jane continuava a ter vômitos e dores de cabeça, após ter prestado depoimento no dia anterior.

- O pai, o irmão e um amigo de Jonas foram ouvidos na Delegacia Regional de Alegre durante três horas. Polícia desiste de pedir a prisão deles.

- O advogado da família de Jonas acompanhava novos depoimentos prestados, e afirmou que os parentes do vendedor está sofrendo perseguição e ameaças na cidade de Espera Feliz (MG).

- A Polícia Civil pede para a delegacia de Imigração da Superintendência da Policia Federal do Espírito Santo travar a saída do vendedor Jonas Amaral nos aeroportos de todo país.

10/03

- Cerca de 50 pessoas fizeram passeata em Espera Feliz, Minas Gerais, cidade de Jane Cherubim, pedindo justiça e respeito a todas as mulheres. Familiares da vendedora também participaram.

- Jane Cherubim recebe alta hospitalar e vai para casa com familiares.

13/03

A Polícia Civil não descarta a possibilidade do vendedor Jonas Amaral, de 34 anos, estar morto. “Diligências estão sendo feitas para verificar todas as possibilidades. Não descarto a possibilidade dele estar morto, mas acredito que ele está vivo e se escondendo” disse.

Também nesta quarta, Jane Cherubim, 36 anos, prestou um terceiro depoimento à polícia.

14/03

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O delegado José Maria Simão, responsável pela investigação da agressão sofrida pela vendedora Jane Cherubim, 36 anos, informou que Jonas do Amaral, de 34 anos, pode ter cometido suicídio após agredir a vítima. Ele é considerado foragido da Justiça desde o dia 05 de março, um dia após o crime que ocorreu na localidade de Pedra Menina, em Dores do Rio Preto, na região do Caparaó.

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