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Renan Calheiros acusa Casa Civil de vazar telefonema de Bolsonaro

Renan Calheiros acusa Casa Civil de vazar telefonema de Bolsonaro

Na versão do candidato à Presidência do Senado, presidente teria ligado para agradecer por uma mensagem publicada pelo senador desejando pronta recuperação de sua saúde

Publicado em 2 de fevereiro de 2019 às 21:26

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Renan Calheiros rindo. (Reprodução | Senado)

Em discurso como candidato à Presidência do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL) acusou o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, de ter atuado para minar a sua candidatura.

De acordo com o senador, o ministro foi o responsável por vazar para a imprensa uma ligação que o presidente Jair Bolsonaro fez para ele na última quinta-feira, 31.

Na versão de Renan, Bolsonaro teria ligado para agradecer por uma mensagem publicada pelo senador desejando pronta recuperação de sua saúde. "Em nenhum momento ele tratou de política comigo", disse. Já a versão publicada por diversos veículos jornalísticos foi de que foi Bolsonaro quem parabenizou Renan por ele ter vencido a disputa interna no MDB pela indicação para a disputa.

"Com que pretensão a Casa Civil vazou o próprio telefonema do presidente? Será que quem fez isso tem a dimensão institucional necessária para um momento difícil do País", questionou o senador no púlpito do plenário. Para o senador, o motivo teria sido justamente a tentativa de esvaziar a sua candidatura.

No início de seu discurso, Renan afirmou que não é candidato à presidência apenas pelo fim nela mesma. "Nunca postulei, nunca tracei como projeto pessoal perseguir as glórias efêmeras ou exercer os poderes fugazes decorrentes de funções, por mais cobiçadas e distintas que possam parecer aos olhos de alguns senadores desta Casa", disse.

No fim de seu discurso, Renan voltou a se referir a Onyx, embora não tenha citado o nome do ministro em nenhum momento. O senador afirmou que Onyx empregou parentes seus em cargos no Senado e no governo federal.

A esposa de Onyx, Denise Verbeling, é funcionária do gabinete de Davi Alcolumbre (DEM-AP), principal adversário de Renan na disputa.

De acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo, o ministro da Casa Civil também assinou a nomeação da mulher do seu chefe de gabinete, Marco Rassier Filho, para um cargo de assessora especial no Ministério da Cidadania.

"Não podemos aceitar. O povo derrotou a maioria dos senadores por isso e, também por isso, eu ganhei", disse Renan.

Assim que encerrou sua fala, que durou mais tempo do que as dos outros candidatos, o senador Marcos do Val (PPS-ES) rebateu Renan e disse que, caso seja eleito, o resultado "envergonhará o Brasil". "Ontem, os velhos aqui, ao invés de darem exemplo, deixaram os novos com vergonha", completou.

DISCURSO

Ao longo de sua fala, Renan prometeu recuperar a credibilidade do Senado e garantir a sua independência.

O senador voltou a se comprometer com a aprovação da reforma da Previdência, tema primordial para o governo de Jair Bolsonaro, e disse que será "liberal em tudo o que significar soltar as rédeas do Brasil para que ele possa correr em pista livre e muito conservador em tudo o que signifique retrocesso às nossas garantias e direitos constitucionais", disse.

Renan também prometeu criar uma secretaria especial de assuntos constitucionais, de caráter consultivo, para analisar todos os projetos que passarem pela Casa.

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Ele disse que já pediu ao Supremo Tribunal Federal a indicação de um jurista "impecável" para comandar o novo órgão, de preferência um ex-ministro da Corte.

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