Apontado como o principal articulador da reforma da Previdência, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), participou de encontro de governadores do Sul e do Sudeste neste sábado (24) e foi bastante elogiado por chefes de Executivos estaduais.
"Num deserto de desequilíbrio, temos nele um oásis de estabilidade", afirmou o governador capixaba Renato Casagrande (PSB), anfitrião deste 4º Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud). As outras três edições aconteceram em Gramado, São Paulo e Belo Horizonte.
Pela primeira vez o encontro reuniu os sete governadores das duas regiões. Nas outras, havia tido algum desfalque por conta de incompatibilidade de agendas. Os sete Estados, juntos, reúnem cerca de 70% do PIB nacional e 50% da população brasileira.
O chefe do Poder Executivo de São Paulo, João Doria (PSDB), também incensou o presidente da Câmara. Referiu-se a ele como "um dos grandes protagonistas da nova política". O tucano fez o discurso mais duro sobre a crise ambiental, definida por ele como "passos gigantescos para trás".
Assim como Doria, Maia é um possível presidenciável em 2022. Como chefe da Câmara dos Deputados, tem o poder de controlar a pauta de votações. E muitos dos temas que vão ao plenário são de interesse dos Estados. Estes entes, por exemplo, querem que o Congresso inclua servidores estaduais e municipais na reforma da Previdência.
Desde que a crise ambiental se instalou no país, Rodrigo Maia evitou entrar em rota de colisão com o presidente Jair Bolsonaro. Em entrevista no Palácio Anchieta, ele disse ter convicção de que o governo não incentiva a destruição da floresta, mas avalia que a mensagem que passa é contrária por causa da maneira como verbaliza posições.
Maia já sinalizou uma agenda ambiental para contrapor Bolsonaro. Após conversas com parlamentares ligados ao agronegócio e ao meio ambiente, ele deve buscar líderes europeus para dizer a eles que o Brasil "não está nessa linha de desmatar". Algumas matérias legislativas também devem ganhar prioridade.
"Estamos ajudando. Vamos fazer um debate na Câmara. Estou conversando com deputados ligados ao agronegócio, ao meio ambiente. Tem algumas leis que - não são elas que vão resolver -, mas podem dar uma sinalização importante não apenas para os brasileiros, mas para todo o mundo", comentou.
O presidente da Câmara também sugeriu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a destinação de parte dos R$ 2,5 bilhões depositados pela Petrobras como resultado de acordo com os Estados Unidos para as questões ambientais.
A ideia é direcionar R$ 1 bilhão do montante para o descontingenciamento do orçamento do Ministério do Meio Ambiente, especificamente para a área de fiscalização. Ele propôs que a outra parte, R$ 1,5 bilhão, seja destinada à educação.
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