Um caminhoneiro prestou depoimento na manhã desta quarta-feira (20), na Delegacia Regional de São Mateus, após ameaças de morte a inspetores penitenciários circularem nas redes sociais. O suspeito seria autor de comentários que sugeriram fazer uma vaquinha para juntar dinheiro e mandar matar os servidores estaduais, chamados como vermes imundos.
As ameaças aconteceram nesta segunda-feira (18), horas depois de um protesto de familiares de presos da Penitenciária Regional de São Mateus contra supostas torturas sofridas pelos detentos. O acusado pelos comentários é pai de um interno. Ele foi identificado e localizado rapidamente, através de um trabalho conjunto da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), através da Diretoria de Inteligência Prisional (DIP), e da Polícia Civil.
Fontes informaram à reportagem que, durante o depoimento, o caminhoneiro se disse arrependido das ameaças. Outras pessoas também devem ser ouvidas pela Polícia Civil por conta dos comentários.
Procurada, a Polícia Civil confirmou que o suspeito foi intimado para prestar esclarecimentos nesta quarta-feira e informou que o caso é investigado pela Delegacia de Infrações Penais e Outras (Dipo) de São Mateus. Outras informações não serão passadas no momento para não atrapalhar o andamento das investigações, diz a nota.
SEGURANÇA
O diretor de Comunicação do Sindicato dos Inspetores do Sistema Penitenciário do Espírito Santo (Sindaspes), Jonathan Furlani, elogiou a ação rápida que identificou o acusado pelos comentários ameaçadores. Essa rapidez é muito importante para coibir esse tipo de ação, ressaltou.
Segundo ele, a preocupação agora é com a segurança dos agentes penitenciários ameaçados. Os inspetores efetivos têm porte de armas, já os em designação temporária não têm o porte devido ao impedimento legal normatizado na lei 10.826/2003. Esperamos que nada ocorra com nenhum deles, mas a preocupação é principalmente com esses servidores que trabalham exaustivamente dia sim, dia não, nas unidades prisionais (escala 12 por 36 horas) e não têm nem um canivete para se defender. O Estado coloca esses servidores desarmados para trabalhar com preso ao invés de abrir concurso público, argumentou.
SEJUS
Procurada para saber se algo será feito para garantir a segurança dos inspetores penitenciários, a Sejus não respondeu até a publicação desta reportagem.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta