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Vitória culpa maré alta por causa de alagamentos da última chuva

Vitória culpa maré alta por causa de alagamentos da última chuva

Coordenador da Defesa Civil diz que sistema atual é suficiente

Publicado em 21 de maio de 2019 às 12:22

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Carro em alagamento na rua Carlos Moreira Lima, no bairro Bento Ferreira. (Vitor Jubini)

No último sábado, quando a Grande Vitória foi atingida por fortes chuvas, a Capital sofreu com alagamentos em diversos pontos. Mesmo assim, prefeitura diz que não há mais nada que pode ser feito para evitar o cenário que foi visto no final de semana.

Carros e pessoas não conseguiam trafegar por vias como a César Hilal, na Praia do Suá, ou na Avenida Américo Buaiz, na Enseada do Suá. Bairros como Tabuazeiro, Santa Lúcia e Bento Ferreira ficaram intransitáveis até o final da tarde de sábado. Quatro pessoas ficaram desalojadas. Na cidade 25 áreas estão em estado de alerta.

No entanto, a prefeitura informou que não há mais nada que possa ser feito para evitar o cenário que foi visto no final de semana. O coordenador da Defesa Civil de Vitória, Jonathan Jantorno justificou que, atualmente, na cidade, seis estações de bombeamento e uma galeria conseguem dar vazão a 110 milímetros de chuva, o que, segundo ele, é o suficiente para evitar os alagamentos. No entanto, quando chove além desse volume – o que ocorreu no sábado, com 275mm – aliado a ocorrência da maré alta, não há o que o município possa fazer.

“As estações pegam quase 100% de toda a drenagem da cidade, porém, com esse nível tão elevado de 275mm, mesmo o sistema mais eficiente do mundo não vai conseguir dar vazão”, afirmou o coordenador justificando, ainda, que a maré alta piorou a situação.

“No momento da chuva, a maré estava alta, então as estações têm dificuldade de jogar a água para o mar. A comporta fica fechada, as estações tentando bombear, mas o mar dá um retorno, por isso a cidade alaga”, explicou.

Desde 2013, a prefeitura segue um plano de contingência. Para Jantorno, as ações planejadas foram desempenhadas como previsto. Mesmo assim, agora, a Defesa Civil vai rever o plano e atualizá-lo. “O plano se dá em torno das alterações geológicas que acontecem em cada período de chuva. A partir de agora vamos, revisitar todas as áreas de risco ”, prometeu.

Ônibus presos no alagamento na avenida César Hilal, na Praia do Suá. (Vitor Jubini)

MELHORIAS

Apesar de afirmar que não há o que fazer para evitar situações como a do último sábado, Jonathan Jantorno reconheceu que há pontos que podem ser melhorados, principalmente nos bairros Bento Ferreira, Inhanguetá e alguns pontos de Ilha de Santa Maria. Ele não especificou, contudo, o que pode ser mudado.

“São partes da cidade que são localizadas abaixo do nível do mar, o que dificulta o escoamento”, descreve.

ORÇAMENTO

Para 2019, a previsão é que sejam investidos pelo menos R$ 1.211.498 em monitoramento de áreas de risco. Além disso, outros

R$ 22.100 serão destinados para o fortalecimento de Núcleos Comunitários de Proteção e Defesa Civil.

Segundo Jantorno, esses valores podem ser alterados. “O orçamento para a Defesa Civil é muito dinâmico. Na hora da emergência, a gente consegue puxar de todas as secretarias”, finaliza.

 

PREFEITURA QUER SIRENES PARA EMITIR ALERTAS

Motorista enfrenta alagamento na Praia do Suá. (Vitor Jubini)

A Prefeitura de Vitória vai instalar sirenes pela Capital para avisar a população sobre o estado de alerta. Será colocado um equipamento em cada uma das 25 áreas de risco de Vitória. Atualmente, cerca de 6.600 pessoas vivem nessas áreas que estão espalhadas por toda a cidade.

O processo para compra e instalação das sirenes está em fase de captação de recursos. Segundo o coordenador da Defesa Civil de Vitória, Jonathan Jantorno, serão destinados pelo menos R$ 2 milhões para isso.

O dinheiro faz parte do financiamento de R$ 400 milhões feito pela prefeitura junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O acionamento dos equipamentos vai seguir uma série de protocolos e tem, como principal objetivo, avisar a população, principalmente quem não tem acesso a smartphones e recebem mensagens de texto.

“A sirene vai seguir uma série de protocolos, não é simplesmente apertar um botão. Vão ser feitos treinamentos nas comunidades. Ela poderá ser acionada em uma ação preventiva e para evacuação. Poderá ser usada em vários tipos de serviço”, explica.

Ainda não há uma previsão de quando as sirenes serão instaladas. Ainda é necessário receber a verba, abrir processo de licitação para escolher a empresa que fará o serviço para, então, o projeto sair do papel. Uma vez iniciado, a previsão é que ele dure, no mínimo um ano.

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“Não é possível dar prazos para uma obra que ainda não teve o contrato assinado. Por isso, o que pode-se dizer é que estamos em fase de captação de recursos”, finalizou.

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