Como a tecnologia pode ajudar na educação de crianças e jovens? Que língua fala a molecada digital? O tema foi debatido na manhã desta quarta-feira (03) durante o Encontro de Pais e Mestres, promovido pela Rede Gazeta, no auditório da empresa. A discussão contou com a participação do jornalista e apresentador de TV Marcelo Tas, e de Adriana Vieira, coordenadora da Área de Tecnologias do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (CENPEC).
Para Adriana Vieira, incluir a tecnologia nas escola, especialmente as públicas, passa por quatro pilares: currículo, produção e curadoria de recursos digitais - há muita coisa na internet -, gestão de professores e infraestrutura. O último item é onde o Brasil ainda tem muito para avançar.
Professora de português, e atualmente coordenadora de tecnologia de uma organização voltada para projetos para escolas públicas e formação de professores, Adriana acredita que a tecnologia tem muito para contribuir, mas não é capaz de resolver, sozinha, os problemas da educação brasileira.
"A gente não acha que a tecnologia vai resolver todos os problemas da educação, que são muitos. Mas a gente acha que ela pode sim ajudar. Principalmente pode aproximar a escola a vida cotidiana desses jovens. Eles estão hiperconectados, chegam à escola com repertório muito amplo da cultura digital. O professor tem que ter objetivo, melhorar a noção de algum conhecimento, de alguma questão, proporcionar inovação nessa prática. Não adianta incluir (a tecnologia) para reproduzir velhas práticas pedagógicas", defende.
O evento ajudou profissionais da educação a se aproximarem da cultura digital. Para Luana Palomo, de 22 anos, funcionária de um escola particular de Vila Velha, ainda há resistência sobre o assunto nas salas de aula.
"Acho importante discutir essas coisas porque não são conversadas o tempo todo. Ainda tem uma restrição muito grande na sala de aula, a gente percebe muito isso. É muito importante esse tipo de palestra para as pessoas entenderem o peso da tecnologia na sala de aula em um mundo tão conectado", afirmou.
Educadora de um instituto que trabalha om adolescente, Luzi Barbosa, 43 anos, concorda que ainda há muito para aprender: "Sou de uma geração que não tinha tecnologia. Para entender a realidade deles tenho que me colocar no lugar deles, acompanhar".
De acordo com Adriana Vieira, a ideia é a sala de aula aprenda com a tecnologia a ser mais prática e menos teórica. "Aproximar as práticas pedagógicas dessa cultura digital. Isso é muito importante, e já é uma proposta curricular hoje. Na base nacional comum curricular, prevê isso. Aproximar cada vez mais a prática pedagógica, o professor, a escola, com a vida cotidiana dos alunos. Ser menos teórico e mais prático, fazer as conexões com a realidade, fazer esse jovem olhar para a sua localidade. Tem que ser uma educação mais protagonista e menos passiva", conclui.
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