Publicado em 6 de abril de 2020 às 21:03
Surpreendido com a decisão que o retirou do cargo de secretário de Estado da Segurança, na tarde desta segunda-feira (06), Roberto de Sá avalia que o elevado número de homicídios registrados no mês de março foi o que motivou o governador Renato Casagrande a promover a mudança. Ele será substituído pelo coronel da Polícia Militar Alexandre Ramalho.>
Na pasta há 15 meses, Roberto Sá relata que estava confiante na reversão do quadro de aumento da criminalidade. No último mês de março foram registrados 143 homicídios. De acordo com o ex-secretário, os números apresentaram uma elevação a partir do dia 13 daquele mês, data em que foi instalada a sala de situação do Covid-19.>
Roberto Sá
Ex-secretário de segurançaEstávamos confiantes que reverteríamos os números. Vale destacar que o Covid-19 também mexeu com a dinâmica do crime, que intensificou sua ação, e em paralelo, mudou ainda para o policial, que passou a enfrentar também inimigo, invisível nas ruas, pondera.>
De acordo com Sá, na última semana foi realizada uma operação em Cariacica e Vila Velha onde foram presas 17 pessoas. Em março, apreendemos 163% a mais de armas de fogo do que em relação ao ano de 2019. Só na Região Metropolitana foram 23% a mais de apreensão de armas. O crime mudou, mas o Estado estava se adaptando também a nova realidade, destaca.>
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Sá relata que foi surpreendido com a decisão de Casagrande, que o chamou e informou que precisava fazer mudanças para reduzir o número de homicídios. Decisão tomada a gente ouve e entende, afinal o cargo é dele. O que desejo é muito sucesso a todos, conta, acrescentando que estava empolgado com os projetos que estavam sendo desenvolvidos. São projetos que vão mudar a realidade e a dinâmica do trabalho policial, destaca.>
Dentre eles, aponta a criação do termo circunstanciado para policiais militares, que poderá ser feito sem que a viatura tenha que ir a uma delegacia, o que permite ganho de tempo, sendo feito pela internet. >
Melhorei processos no âmbito administrativo, temos muitos projetos encaminhados. Tenho consciência de entregar 2019 como um dos melhores dos últimos 27 anos, reduzindo a violência, o crime contra a vida e contra o patrimônio. Saio de cabeça erguida pelo resultado, por ter participado de uma negociação salarial que conseguiu a valorização de militares e bombeiros. Só tenho a agradecer ao povo capixaba pela oportunidade, destacou.>
Roberto Sá ainda não decidiu sobre o futuro. Sua família permanece no Rio de Janeiro. Ele, que foi tenente-coronel da Polícia Militar do Rio de Janeiro, deixou a Polícia Federal para ocupar o cargo de secretário de Estado da Segurança no Espírito Santo.>
Me dediquei integralmente. Este ano, por exemplo, só fui uma vez ao Rio. Agora vou pensar com calma no que fazer. Devo voltar para a Polícia Federal. Em 2014, tinha sido convidado por Paulo Hartung para assumir a Segurança. Não pude vir à época. Quando Casagrande fez o convite, decidi aceitar. Me dediquei integralmente e sou grato pela oportunidade de ter podido conhecer pessoas novas e instituições sérias", finalizou. >
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