> >
Número de fumantes cai pela metade em Vitória

Número de fumantes cai pela metade em Vitória

Redução na Capital ocorreu após 10 anos da lei antifumo

Publicado em 1 de junho de 2019 às 01:47

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
7,6% em 2018 Era a porcentagem de fumantes em Vitória em 2018. Para especialistas, a lei antifumo é um dos fatores que causaram a queda nos números. (Banco Mundial/ONU)

Em dez anos, o número de fumantes em Vitória caiu quase pela metade. Em 2009, 13% da população se declarava fumante, enquanto que em 2018 a porcentagem caiu para 7,6%, ou seja, uma redução de 5,4 pontos percentuais. No país, também houve queda de 15,1%, em 2009, para 9,3% no ano passado.

Os dados inéditos foram divulgados ontem pelo Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde em razão do Dia Mundial Sem Tabaco.

Para especialistas, a queda considerável se dá a uma série de fatores, entre eles, a lei antifumo, que no Espírito Santo completa 10 anos em setembro deste ano. Para a pneumologista Ciléia Martins, a lei conscientizou e mudou os hábitos das pessoas.

“Os pacientes se seguram mais porque a lei impede o fumo em muitos lugares, principalmente ambientes fechados. Assim, onde é proibido fumar, ele fica mais tempo sem cigarro. Isso faz com que o intervalo entre um cigarro e outro fique maior, com isso, a dependência química vai diminuindo”, explica.

A também pneumologista Waleska Cintra concorda e vai além, afirmando que o impacto da lei causou uma mudança no comportamento dos fumantes, que por várias vezes interrompiam uma atividade para fumar.

“Quando a lei foi lançada ela foi impactante. A proibição tornou tudo mais difícil para o fumante. Um exemplo é que no trabalho o fumante passou a ter que sair de onde está para consumir o cigarro”, descreve.

Na época em que a lei estadual passou a valer, só era permitido o fumo em lugares fechados se houvesse “fumódromos”. Mas grande parte dos bares e restaurantes optou por não construir os espaços, e proibir totalmente o cigarro. Isso contribuiu para a mudança dos hábitos dos clientes.

PESQUISA

Ainda de acordo com dados do Vigitel, Vitória é a 11ª capital com menor índice de fumantes. No país, Porto Alegre é a capital com a maior porcentagem, com 14,4%. Já as cidades que apresentam a menor taxa são Salvador e São Luís, cada uma com índice de 4,8%.

Os brasileiros menos escolarizados são os que mais consomem cigarros. Cerca de 13% dos entrevistados com até oito anos de estudo têm esse hábito. No grupo de pessoas com 12 anos de estudo ou mais, esse índice cai para 6,2%.

HISTÓRICO DA LEI

Em 2009, donos de bares, restaurantes, casas noturnas e clientes não estavam muito convencidos da mudança que a lei traria na prática. Após 90 dias da aprovação da lei antifumo, o governo do Espírito Santo ainda não havia esclarecido as normas técnicas que os espaços deveriam seguir nem como seria a fiscalização.

Houve muita confusão na época e os donos de estabelecimentos tinham dúvidas porque outras leis já tinham tentado banir o cigarro em ambientes fechados. Uma lei federal de 1996, por exemplo, proibia o consumo, mas previa a existência de ambientes só para fumantes, os “fumódromos”. Outra lei federal, já em 2014, acabou com esses espaços.

O texto proibiu o cigarro em recintos de uso coletivo, total ou parcialmente fechados, incluindo ambiente de trabalho, de estudo, de cultura, de culto religioso, de lazer, de esportes ou de entretenimento, além de áreas comuns de condomínios, casas de espetáculos, teatros, cinemas, bares, lanchonetes, boates, restaurantes, entre outros.

SAIBA MAIS

Lei estadual

Criação

A lei passou a valer em setembro de 2009.

O que diz

A lei proíbe o uso de cigarro e semelhantes em qualquer recinto fechado de uso coletivo, ou seja, no interior de estabelecimento cercado por paredes de todos os lados.

“Fumódromos”

Ficou autorizado que estabelecimentos que oferecem varandas ou deques internos isolados da parte interna também poderiam usá-los como fumódromos, desde que houvesse circulação de ar no local.

Lei nacional

Regras mais rígidas

Em 2014, uma lei federal deixou as normas mais rígidas, proibindo o consumo de cigarro em qualquer lugar fechado ou parcialmente fechado em todo o país.

Sem “fumódromos”

A lei impede o fumo nos locais parcialmente fechados em qualquer um de seus lados por uma parede, divisória, teto ou toldo. E nada de “fumódromos”. A lei vale também para áreas comuns de condomínios e clubes. Pode fumar em casa, em áreas ao ar livre, parques, praças, estádios de futebol (áreas abertas) e vias públicas.

Este vídeo pode te interessar

 

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais