Publicado em 29 de maio de 2019 às 22:23
O senador Marcos do Val (PPS) apresentou, nesta quarta-feira (29), parecer contrário a seis projetos de decreto legislativo (PDL) que tramitam no Senado para derrubar o decreto de armas assinado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL). Ele, que é relator de tais pautas na Comissão de Constituição e Justiça da Casa, afirma que não foram encontradas inconstitucionalidades no ato presidenciável, conforme questionam os projetos. A votação final, no entanto, foi adiada para uma próxima reunião da Comissão.>
Em entrevista ao Gazeta Online, Do Val afirma que seu relatório foi elaborado com base nas análises de uma equipe formada por consultores do Senado especializados em Direito Constitucional e Processo Penal, além especialistas em Segurança Pública.>
Nós estudamos todas as vertentes de todos os pedidos e verificamos que o decreto não é inconstitucional. O que o decreto fez foi só enumerar e relacionar as profissões consideradas de risco que podem ter direito ao porte de armas, o que até então era subjetivo, explica ele, referindo-se à lista de profissionais, incluindo advogados, caminhoneiros e jornalistas, que poderão ter o porte de armas facilitado.>
Publicado inicialmente no dia 7 de maio, o decreto de armas foi alvo de diversos questionamentos na Justiça e críticas de especialistas. Um parecer da Câmara dos Deputados afirmou que o texto continha ilegalidades, e o Supremo Tribunal Federal (STF) analisa uma ação da Rede Sustentabilidade que questiona sua constitucionalidade. Em função disso, no dia 22 de maio uma nova versão do decreto foi apresentada.>
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Marcos do Val continua em defesa do decreto. Ele não ultrapassou o Estatuto do Desarmamento, simplesmente deu uma relação de profissões. Inclusive, a normativa da Polícia Federal já fazia isso. Então, se ele é inconstitucional, seria inconstitucional também a normativa da PF que durante 13 anos vingou dessa forma, fazendo a descrição das profissões que poderiam receber o porte. Por que essa polêmica agora?.>
O senador reforça ainda que, apesar da liberação do porte para certos profissionais, todos terão que passar por rigorosos filtros antes de conseguir a permissão. Eles terão que apresentar certificações de antecedentes criminais, de residência fixa, de curso de tiro com aprovação, teste psicológico, etc, diz.>
O decreto de armas também traz outros pontos polêmicos, como a idade mínima de 14 anos para a prática de tiro esportivo, desde que com autorização dos responsáveis. No entanto, segundo a assessoria, Marcos do Val não analisou tais questões, visto que os projetos apresentados contestam apenas a constitucionalidade do ato.>
CONTRÁRIO>
Contrário à posição de Marcos do Val, o senador Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB) apresentou um voto em separado pedindo a aprovação dos PDLs e, portanto, a revogação dos decretos. Para Veneziano, os dois decretos são inconstitucionais por contrariarem o Estatuto do Desarmamento, e não apenas regulá-lo, e porque as regras foram definidas pelo presidente, e não pelo Congresso.>
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