Uma pesquisa realizada pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa) revelou que o Espírito Santo lidera o ranking de óbitos parcial ou totalmente atribuíveis ao consumo de álcool entre os maiores de 55 anos de idade, com 44,2 mortes em cada grupo de 100 mil habitantes. Os dados foram levantados em 2016 e divulgados nesta terça-feira (26).
Os Estados de Pernambuco (42,4/100 mil), Paraíba (41,6/100mil) e Rio Grande do Sul (41,5/100 mil) ficaram logo atrás do Espírito Santo, enquanto os Estados com as menores taxas foram Amapá (16,7/100 mil), Amazonas (20,7/100 mil), Pará (21,8/100 mil) e Roraima (22,4/100 mil). Os principais agravos à saúde relacionados aos óbitos em 2016, no Brasil, foram doença hepática, com 14,56% e hipertensão, com 12,45%.
No ano de 2017, considerando apenas as internações hospitalares parcialmente ou totalmente atribuíveis ao consumo de álcool, o ES ficou em quarto lugar no país: 160,3 internações por conta do consumo da bebida, ficando atrás apenas de Santa Catarina (207,6/100 mil), Rio Grande do Sul (194,1/100 mil) e Paraná (178,9/100 mil). Não há informações sobre óbitos em 2017 relacionados ao alcoolismo.
O trabalho tem como base dados publicados por entidades nacionais e internacionais, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS). A avaliação do grupo com mais de 55 anos surpreendeu os pesquisadores.
A reportagem do Estadão conversou com um médico psiquiatra e presidente executivo do Cisa, que informou que este é um dos resultados inesperados do relatório feito pelo centro.
DADOS DO ESPÍRITO SANTO
Índice de experimentação entre adolescentes
A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que os adolescentes entre 13 e 15 anos, que estão no 9º ano do ensino fundamental, representam um alto índice de experimentação da bebida no Espírito Santo. Considerando 2009 a 2015, o número caiu, mas ainda é alto e corresponde a mais da metade do público desta faixa etária: 51,5% já experimentou álcool sendo que, em 2009, este número chegou a 70,7%.
Neste mesmo corte, o público feminino é levemente maior considerando a experimentação, com 51,9% contra 51% do público masculino. Também foram as meninas que tiveram mais episódios de embriaguez nesta idade, com 20,6% contra 19,7% dos meninos. O número de embriaguez nesta faixa etária reduziu em comparação a 2012, quando 27,2% das meninas relataram este tipo de experiência contra 23,5% do público masculino.
Consumo abusivo de álcool por adultos
De 2010 a 2017, o consumo abusivo de álcool foi recorde no ano de 2016 quando 30,3% dos homens faziam consumo excessivamente da bebida. Naquele ano, também foi registrado o maior número de mulheres que ingerem álcool, com 14,9%.
Em 2017, os números caíram, mas ainda são altos. 27,1% dos homens continuam consumindo a bebida compulsivamente e 13,4% das mulheres também.
Já em 2011 foi o maior número registrado de homens conduzindo veículos motorizados após o consumo de álcool, com 11,9%. Naquele ano, as mulheres também ficaram com o maior número em relação à pesquisa entre 2010 e 2017, com 2,8%.
Quanto aos principais agravos à saúde relacionadas às internações parcial ou totalmente atribuíveis ao álcool em 2016, 45% é por motivos diversos como câncer, AVC, autoagressão, afogamento distúrbios e outras doenças; 28% dos agravos são por quedas; 12% por acidente de trânsito; 8% por doença hepática alcoólica; 7% por doença cardíaca isquêmica.
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