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ES é o único Estado do país a não registrar seca em março e abril

ES é o único Estado do país a não registrar seca em março e abril

Desde que passou a fazer parte do Monitoramento de Secas, da Agência Nacional de Águas (ANA), pela primeira vez o ES registrou um período de dois meses sem estiagem configurada

Publicado em 22 de maio de 2020 às 13:51

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O Espírito Santo, em branco, não registrou seca nos últimos dois meses
O Espírito Santo, em branco, não registrou seca nos últimos dois meses. (Divulgação/ANA)

Nos últimos anos, a seca marcou presença em muitas cidades e regiões do Espírito Santo, provocando prejuízos à agricultura capixaba. A chuva, contudo, voltou a ser mais frequente ao ponto de o Estado ser o único do Brasil a não registrar estiagem nos últimos dois meses. A constatação foi feita pelo Monitor de Secas, vinculado à Agência Nacional de Águas (ANA).

Segundo o Monitor, nos meses de março e abril as chuvas foram constantes e tiraram o Espírito Santo do mapa de seca do país, sendo o único nesse período de 60 dias a não ter áreas com carência de precipitação.

Desde a entrada do território capixaba no Mapa do Monitor, ocorrida em abril de 2019, esta é a primeira vez que o Espírito Santo registra dois meses consecutivos sem a presença do fenômeno. Em abril, o Estado teve baixo volume de chuvas para o mês, com acumulados inferiores a 120 mm. Nesse período foram observadas precipitações abaixo da média em todo o Estado, mas sem caracterizar seca.

O cenário positivo pode indicar uma mudança no quadro da estiagem e das chuvas no Estado, como analisado pelo presidente da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), Fábio Ahnert.

Atualmente a Barragem de Duas Bocas é um reservatório de água da Cesan
A Barragem de Duas Bocas é um reservatório de água importante para a Região Metropolitana e é administrada pela Cesan. (Fernando Madeira)

"Ainda é um estágio inicial, mas esses dois meses sem seca no Espírito Santo podem indicar um início da reversão do déficit de chuvas que o Estado observa nos últimos anos, especialmente de 2015 para cá. É ainda fomentar esse panorama e aguardar pelos próximos meses até completar o período de um ano. Porém, é um indicativo positivo de que mais chuva está caindo, além do uso mais racional da água na agricultura, indústria e residências", analisou.

Abril é considerado pelo Monitor de Secas como um mês de transição do período chuvoso para o seco tanto no Espírito Santo como em Minas Gerais.

MONITOR DE SECAS

O Monitor de Secas tem uma presença cada vez mais nacional, abrangendo os nove estados do Nordeste, Espírito Santo, Minas Gerais e Tocantins. Os próximos Estados a se juntarem ao Monitor serão Goiás e Rio de Janeiro, que já estão em fase de testes e treinamento de pessoal. Essa ferramenta realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores de seca e nos impactos causados pelo fenômeno em curto ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficit de precipitações recentes nos últimos um a seis meses. Para secas acima de 12 meses, os impactos são de longo prazo.

Além disso, Monitor vem sendo utilizado para auxiliar a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessado tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br, quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos Android e iOS.

NO ES

O mecanismo é coordenado pela Agência Nacional de Águas (ANA) e no Estado recebe apoio da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper); da Defesa Civil Estadual; e também da Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan). Todos os órgãos auxiliam a ANA no monitoramento das secas no território capixaba. Por meio da ferramenta é possível comparar a evolução das secas nos 12 Estados a cada mês vencido.

Rio Jucu na região da Barra do Jucu, em Vila Velha
As chuvas tem contribuído para os principais rios do Estado, como o Jucu, se manterem com boa vazão em relação ao mesmo período do ano passado. (Divulgação)

O representante da Agerh ainda salientou a importância do trabalho desenvolvido junto à ANA e explicou como a Agência Estadual trabalha para otimizar as informações.

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"Fazemos a coleta dos dados no território capixaba com a validação das informações hídricas analisadas. Em seguida fazemos os cruzamentos com os modelos matemáticos para nossa região e repassamos para a ANA. Ela, por sua vez, elabora esse panorama por meio do Monitor de Secas. Desde que o Estado foi incluído, temos obtido informações de bom nível para otimizar o aproveitamento desse recurso fundamental", finalizou.

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