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Entenda protesto e situação de cobradores de ônibus na Grande Vitória

Entenda protesto e situação de cobradores de ônibus na Grande Vitória

Sindicato alega que há cerca de 200 postos de trabalhos em aberto e os veículos sem ar-condicionado têm saído das garagens sem os profissionais

Publicado em 5 de julho de 2023 às 10:23

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Rodoviários voltaram a circular com os ônibus do Transcol após paralisação nesta segunda (20)
Entenda protesto e situação de cobradores de ônibus na Grande Vitória. (Kaique Dias)

A primeira semana de julho começou com atos de fiscalização do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (Sindirodoviários) em garagens de ônibus do Sistema Transcol, na Grande Vitória. Os trabalhadores afirmam que um acordo firmado com as empresas, de colocar um cobrador em cada veículo sem ar-condicionado, está sendo descumprido. Entenda abaixo os protestos e como está a situação dos profissionais.

Com quem o acordo foi feito?

Secretaria de Estado de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi) afirma que o acordo foi feito entre as empresas e a categoria, cabendo ao governo do Estado, através da Companhia Estadual de Transportes Coletivos de Passageiros (Ceturb-ES), acompanhar e fiscalizar o serviço operacional.

Segundo a Semobi, o acordo está sendo cumprido, conforme contrato, com horários e viagens, e a Ceturb adota providências cabíveis caso o serviço programado seja descumprido.

O que diz o acordo?

Esse acordo foi firmado durante o início da pandemia da Covid-19, quando os cobradores foram afastados dos ônibus e o governo capixaba começou a usar apenas o CartãoGV como meio de entrada nos coletivos e não mais dinheiro em papel ou moedas. O objetivo, além de promover melhor integração do Sistema Transcol, era o de evitar contaminação com a movimentação de quantias físicas.

Após protestos da categoria, parte das reivindicações foi acatada e os cobradores voltaram a atuar, mas como “recarregadores” do CartãoGV dentro dos coletivos sem ar-condicionado. É mais uma opção para os passageiros realizarem a recarga de créditos para o cartão, além de toda a rede de parceiros, autoatendimento, lojas e aplicativos. 

Por que apenas em ônibus sem ar-condicionado?

O governo do Estado iniciou um programa de substituição de ônibus antigos por veículos com ar-condicionado. Os novos veículos não contam com assento para os cobradores, portanto, ficou decidido que os profissionais voltariam a atuar apenas nos sem o dispositivo.

A Semobi explicou que o Sistema Transcol conta atualmente com 1.609 ônibus e 60% não tem ar-condicionado, o equivalente a 970 veículos. Segundo o Sindirodoviários, seriam necessários então 970 cobradores, para que nenhum veículo vá para a rua sem os profissionais.

O governo do Estado afirmou que o sistema vai receber 140 novos ônibus com ar-condicionado até o fim de 2023. A previsão é que até 2026, o Transcol receba mais 600 novos ônibus, e a expectativa é que toda a frota esteja renovada até 2030.

Falta cobrador?

Segundo o diretor do Sindirodoviários, Miguel Leite, faltam cerca de 200 cobradores e as empresas que operam no Sistema Transcol não têm contratado substitutos. “Vão ter que contratar. Os cobradores foram demitidos e muitos mudaram de função, passaram para motorista e a es empresas não repuseram. Se não vigiarmos, não vão preencher essas vagas”, declarou, para A Gazeta, nesta quarta-feira (5).

Dados da Semobi mostram que, dos cobradores que integravam o Sistema Transcol em 2019, mais da metade foi contemplada pelo acordo que prevê a requalificação, assumindo novas funções no próprio sistema, e parte fez adesão ao Plano de Demissão Voluntária.

Além das requalificações promovidas, a categoria teve a oportunidade de participar do Programa CNH Requalifica, lançado pelo governo do Estado, permitindo as profissionais obter habilitação (Categoria A B ou AB), para novas oportunidades de requalificação dentro ou fora do sistema.

Profissão de cobrador vai ser extinta?

Com a previsão de ter todos os ônibus com ar-condicionado e sem assento para os cobradores atuarem é provável que a profissão seja extinta no Transcol até 2030. O Sindirodoviários reivindica que, pelo menos, os profissionais sejam realocados dentro das empresas.

“Quando um carro novo entra, diminui a quantidade de vagas para cobradores, mas eles mudam de função, vão atuar no administrativo da empresa ou como motoristas. O que está acontecendo é que há vagas abertas, postos de trabalho, e não estão preenchendo”, finalizou Miguel Leite.

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