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Carlos Papel lança songbook com gravações inéditas e versões em braile

Carlos Papel lança songbook com gravações inéditas e versões em braile

Carioca radicado no Espírito Santo, músico reuniu 24 partituras e cifras de seus sucessos agregados a biografia, gravações individuais em alta definição e acessibilidade para lançar seu primeiro livro de canções de 112 páginas

Publicado em 19 de dezembro de 2020 às 15:00

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O músico Carlos Papel em cena de apresentação
O músico Carlos Papel em cena de apresentação. (Fernanda Nali)

Depois de 54 anos de carreira, Carlos Papel se consagrou ícone de uma era que celebrava com gosto a música popular brasileira no Espírito Santo. Desde a década de 1980, ficou famoso por shows na noite, fez amizade e parcerias com outros figurões da música e, agora, lança a primeira versão do songbook que leva seu próprio nome no título. Na obra, que já está disponível em pré-venda, resume as décadas de acordes e cifras em 24 canções.

O livro de canções, como o próprio nome diz, traz a partitura de cada uma das músicas selecionadas, biografia, áudios de gravações inéditas das canções em alta qualidade, passagens da carreira em textos escritos por amigos e colegas de trabalho, além de fotos inéditas. Toda a curadoria foi feita pela própria filha de Carlos Papel, Fernanda Nali, que assina a coordenadoria geral do songbook.

“Ir lá atrás e pegar minhas músicas, inclusive, é muito mérito da Fernanda. Desde criança, ela vem curtindo essas canções”, fala o cantor, que completa: “Foi algo bastante artesanal, tudo muito pensado, partituras simples... E a expectativa é, também, atingir quem não tem contato direto com a música”.

A coletânea acaba sendo interessante de modo geral porque trata de um aspecto social da arte muito amplo. Isso porque, como a própria Fernanda destaca, cada música vem acompanhada de sua história, letra e gravação.

“A gente associa muito que songbook é só para músico, mas não. Se você abrir o songbook vai ver texto, biografia, letras das músicas... Lembra muito os encartes de CD. Você vai ouvir o áudio por meio de um QR Code que tem em cada página de cada canção, que já vai te redirecionar para a gravação, que está em uma plataforma... Acabou sendo satisfatório ter ficado tão completo”, pondera a coordenadora.

Aspas de citação

Vou ficar feliz se esse songbook, que eu faço aos 68 anos de idade, inspirar a galera da minha idade e a mais nova

Carlos Papel
Músico
Aspas de citação

Mas para além dos atributos tecnológicos, o livro de canções do carioca radicado no Espírito Santo, que brinca que “virou capixaba”, também torna todo seu conteúdo acessível a deficientes visuais. É que, além de trazer duas das 24 canções com versões em braile, é possível também ouvir os áudios de forma independente.

Aspas de citação

Precisamos nos voltar ao fato de que o Estado foi ativo no movimento da música nos anos 80, 90. A gente contribuiu muito para a música brasileira e existe algo no ES muito interessante, que foi o que inclusive me atraiu para morar aqui

Carlos Papel
Músico
Aspas de citação

“Ter essas músicas em braile foi emocionante para nós. É impressionante... A gente fez uma live de lançamento e eu vi um deficiente visual usando na frente da câmera. Aquilo deu resultado. A melodia estava 100% correta, tudo. Aquilo, ver na prática dar certo, foi muito emocionante”, avalia ele.

Além de compartilhar a experiência com os jovens músicos e colegas, que já pediam o songbook do cantor há algum tempo, Papel também espera que a repercussão movimente outras visões da cena local e do grande entrave que se cria entre idade e o mundo digital. “A cultura não anda sozinha. Mas a falta de investimento, por exemplo, não pode ser antídoto para a gente desanimar. A pandemia foi produtiva nesse sentido. Nunca produzi tanto. E continuo fazendo lives toda segunda-feira”, reitera.

E finaliza, resumindo: “Em suma, tenho uma relação muito próxima com a palavra, com o poema... E queria muito que isso aparecesse um pouco mais. E esse (songbook) é, de longe, o melhor trabalho de áudio que eu já fiz”.

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