Grande parte da bancada capixaba no Congresso Nacional avalia como necessária a reforma do sistema previdenciário. No entanto, nem todos os deputados e senadores já se arriscam a se posicionar claramente frente à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) apresentada nesta quarta-feira (20) pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL). Embora ponderem que é cedo para definir o voto contra ou a favor, a maioria se mostra receptiva ao projeto.
Nomes como Soraya Manato (PSL), Evair Vieira (PP), Felipe Rigoni (PP) e Amaro Neto (PRB) são favoráveis à reformulação proposta pelo Poder Executivo.
Soraya, que é correligionária de Bolsonaro, garante que se empenhará para que a matéria passe pelo crivo dos colegas. Concordo com a idade mínima e acho que todos têm que dar sua contribuição. Vamos lutar para aprovar a proposta 100% ou a maioria dos itens.
Já os demais argumentam que somente a avaliação mais profunda do projeto, de 67 páginas, poderá indicar se e quais pontos deverão ser modificados. Evair Vieira, por exemplo, ainda estuda o texto, assim como Amaro, que prevê que a discussão no Congresso não será fácil.
Sou a favor da proposta, mas há pontos conflitantes. Existem profissões que merecem regime diferenciado, mas não tão diferenciado, afirma.
Felipe Rigoni, por outro lado, analisou a íntegra do projeto e destaca qualidades. Fiquei impressionado pela justiça social com a qual ele se compromete. Quem recebe menos vai pagar menos, quem recebe mais, vai pagar mais. E há três boas opções de transição.
Mas Rigoni também pleiteará mudanças. O problema que considera mais grave é a não inclusão dos militares na proposta. O argumento é de que a aposentadoria dos militares não está na Constituição, mas há outras coisas que não estão na Constituição que já estão na PEC. Eles precisam ser incluídos, critica.
Outro ponto questionado pelo socialista é a mudança das regras para idosos contemplados pelo benefício de prestação continuada, que poderá passar de 65 para 70 anos. São pessoas que já têm renda muito baixa e cuja expectativa de vida é menor, argumenta Rigoni.
Outros congressistas, como Ted Conti (PSB), Sérgio Vidigal (PDT), Josias da Vitória (PPS), Lauriete (PR) e o senador Marcos do Val (PPS) preferem consultar suas bases e bancadas antes de se posicionarem.
O único voto declaradamente contra a PEC é o de Helder Salomão (PT), que integra o grupo de oposição a Bolsonaro na Câmara e diz estar preocupado. O que há mais grave é que só os pequenos pagarão a conta, a proposta não atinge os grandes sonegadores.
Os senadores Fabiano Contarato (Rede) e Rose de Freitas (Pode) não responderam à reportagem.
VEJA A OPINIÃO DOS PARLAMENTARES QUE SE MANIFESTARAM
A proposta é muito boa, fiquei impressionado com a justiça social. Mas ela tem um grande problema: os militares não foram incluídos
Felipe Rigoni (PSB), deputado federal
Sou a favor de uma reforma, mas precisamos garantir direitos e identificar pontos que precisam ser mudados. Vou conversar com as categorias
Josias da Vitória (PPS), deputado federal
Vamos apreciar com calma para saber se as mudanças vão atender o trabalhador e ao mesmo tempo evitar a falência do sistema
Lauriete (PR), deputada federal
Concordo com a idade mínima, todos têm que dar sua contribuição. Vamos lutar para aprovar a proposta 100% ou a maioria dos itens
Soraya Manato (PSL), deputada federal
Vamos estudar profundamente. Não podemos permitir que esta proposta prejudique o trabalhador. É necessário ouvir as classes envolvidas
Sérgio Vidigal (PDT), deputado federal
Ainda não conheço o conteúdo. Iniciaremos estudos e debates e a seguir tomaremos a decisão necessária a favor do povo
Norma Ayub (DEM), deputada federal
Estou muito preocupado. A proposta é muito ruim. Só os pequenos pagarão a conta, os grandes sonegadores não são alcançados
Helder Salomão (PT), deputado federal
Dada a importância do tema, prefiro opinar só depois de me inteirar melhor sobre o assunto e conhecer os detalhes da reforma
Marcos do Val (PPS), senador
Sou a favor (da proposta de reforma), porém ainda estou estudando o texto para apresentar emendas, se assim entender
Evair Vieira (PP), deputado federal
Sou a favor da proposta, mas há pontos conflitantes. Existem profissões que merecem regime diferente,
mas não tão diferenciado
Amaro Neto (PRB), deputado federal
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