Publicado em 14 de agosto de 2020 às 16:10
O desembargador Federal Ney Bello, do TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª região, suspendeu nesta sexta-feira (14) investigações contra o ministro da Economia, Paulo Guedes, conduzidas pela força-tarefa da Operação Greenfield, do Ministério Público Federal em Brasília.>
Guedes é investigado por suspeita de envolvimento em fraudes nos aportes feitos pelos fundos de pensão ligados a estatais em dois fundos de investimentos criados pela BR Educacional Gestora de Ativos, empresa ligada ao ministro.>
A suspensão vale por 40 dias. Ficou marcado para o dia 22 de setembro julgamento em que a 3ª Turma do TRF irá dizer se a apuração deve prosseguir ou não.>
O desembargador atendeu a pedido dos criminalistas Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, encarregados da defesa do ministro no caso.>
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No despacho, Bello determinou que a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) encaminhe ao tribunal, no prazo de 5 dias a partir da notificação, de todos os relatórios técnicos, comunicações e ofícios existentes acerca dos fatos investigados.>
O magistrado determinou que os inquéritos da Polícia Federal abertos a pedido do MPF sobre o caso também devem ficar paralisadas até o habeas corpus do ministro ser julgado pela 3ª Turma do TRF, em 22 de setembro.>
Além das obrigações jurídicas de se concluir uma investigação para resguardar os direitos dos cidadãos, afirmou Bello, há uma "necessidade pragmática" de acelerar a conclusão do caso pelo fato de Guedes ser ministro da Economia.>
"Não é salutar para o Brasil que se demore em investigação acerca de eventual ilicitude praticada pelo atual Ministro da Economia justamente na proa da gestão de valores, e exatamente quando ele gerencia não a economia de um Fundo de Investimentos, mas a economia de um país", diz.>
Isso não quer dizer que Guedes não pode ser investigado, mas o contrário, segundo o magistrado.>
"Pode e deve ser investigado até mais não poder, ante a necessária explicação dos fatos que sobre si pesam. Contudo, a certeza e a prontidão da resposta do sistema de Justiça é obrigatória, sob pena de perdas consideráveis para a sociedade", afirma.>
Segundo Bello, a decisão "afetará indiretamente o sistema da economia".>
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