Publicado em 9 de fevereiro de 2021 às 14:01
- Atualizado há 5 anos
SÃO PAULO - As tentativas de fraude subiram 53,6% em 2020 em relação a 2019, apontou o último Mapa da Fraude, divulgado pela ClearSale nesta segunda-feira (8). O aumento veio na esteira do isolamento social diante da pandemia de coronavírus e da consequente migração aos canais digitais.>
Foram consideradas como fraudes pela companhia todas as transações que, por algum motivo, foram classificadas como suspeitas, ou seja, que fugiam do padrão das operações feitas normalmente pelo consumidor --que tinham valores altos demais, localização diferente, entre outros.>
As fraudes consideradas foram, em sua maioria, com base em transações feitas com o cartão de crédito. Essas informações podem ter chegado às mãos do criminoso por meio de roubo, furto ou mesmo por engenharia social --quando o fraudador se faz passar por funcionário de uma empresa conhecida e manipula a vítima para conseguir informações pessoais.>
O movimento, segundo o diretor de marketing e soluções da ClearSale, Omar Jarouche, não acompanhou o avanço das transações digitais no período.>
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De acordo com o estudo, essas transações subiram 73,8% no período.>
"As fraudes amentaram, mas não na mesma proporção das transações dos bons consumidores. Na comparação entre o pré e o pós pandemia, o que conseguimos ver é uma quantidade forte de transações, subindo muito diante da entrada no ecommerce", afirmou.>
O ticket médio da fraude foi de R$ 1.002 -o dobro do observado em transações legítimas.>
Fraudes no ecommerce aumentam durante a pandemia Mike Segar - 6.nov.2013/Reuters Mulher usa aparelho de celular Smartphone **** Um levantamento feito pela Câmara Brasileira da Economia Digital e pela empresa Neotrust apontou que o faturamento do comércio online no Brasil mais que dobrou em 2020. O crescimento foi de 122% no acumulado do ano até novembro, na comparação com o mesmo período de 2019.>
Segundo o estudo da ClearSale, apenas no período da pandemia, de março a dezembro, as tentativas de fraude subiram 45,5% em 2020 em relação ao ano anterior, para 3,2 milhões. As transações digitais no período somaram mais de 245 milhões -crescimento de 87% na mesma comparação.>
"Por causa da pandemia que chegou ao Brasil após o Carnaval, o ecommerce se tornou a única opção de compra das pessoas em muitos casos. Com isso, o número de vendas explodiu. Como era de se esperar, os fraudadores correram para aproveitar a inexperiência dos ingressantes no setor", diz a companhia em relatório divulgado nessa segunda.>
A região Norte foi a que teve mais tentativas de fraude em relação ao número de transações digitais, com 3,52%. Em seguida vieram Centro-Oeste (2,13%), Nordeste (2,05%), Sudeste (1,29%) e Sul (0,76%).>
A categoria "Celulares" foi a que mais sofreu tentativas de fraudes. Em seguida vieram o setor automotivo e o de alimentos -esse último tendo ganhado mais força durante a pandemia.>
O levantamento também abordou outros mercados. No setor financeiro, mais de 902 mil das mais de 22 milhões de transações analisadas eram uma tentativa de fraude -o que corresponde a 4,05% do total.>
Segundo Jarouche, apesar do aumento nas queixas de fraudes pelo Pix, a companhia optou por não incorporar o novo sistema de pagamentos instantâneos do país no estudo.>
"É um mercado que teve grande adesão, mas ainda é insipiente", disse. Ele afirmou, ainda, que não há um estudo para medir a fonte primária dos casos de fraudes nesse caso -se foram por engenharia social ou roubo de celular, por exemplo.>
No segmento de telecomunicações, mais de 704 mil das mais de 14 milhões de transações analisadas eram tentativas de fraude (4,97%).>
Entre os principais tipos de fraudes no setor estavam o uso indevido de dados de terceiros, o desvio de equipamentos, violações por parte da equipe interna, venda indevida de produtos e serviços, redução indevida de fatura e venda de serviços não contratados.>
As tentativas de fraudes nas vendas diretas -de porta em porta- também cresceram. Mais de 119 mil das mais de 3 milhões de transações feitas foram tentativa de cometer fraude.>
Outro ponto abordado pelo estudo são os horários mais comuns para tentativas de fraudes.>
"De acordo com o que levantamos, os fraudadores parecem cumprir expediente em horário comercial, estendendo um pouquinho mais para a noite", disse Jarouche.>
Isso porque, segundo o estudo da ClearSale, os criminosos preferem atuar de segunda a sexta-feira, principalmente das 10h às 23h.>
A maior concentração é na terça, na quarta e na quinta, com 16,57%, 16,81% e 16,47% das tentativas de fraude, respectivamente. No final de semana, o percentual baixa para 9,33% (sábado) e 11,09% (domingo).>
Além disso, o segundo semestre é o período de maior tentativa de fraudes, com destaque para novembro (10,37%) e dezembro (9,87%).>
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