Publicado em 8 de outubro de 2020 às 18:17
O senador Márcio Bittar (MDB-AC), relator da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que inclui o Renda Cidadã, afirmou nesta quinta-feira (8) que qualquer que seja a proposta para a criação do programa, ela irá causar incômodos. >
Para bancar o Renda Cidadã, que deve substituir o Bolsa Família, a equipe do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) busca cerca de R$ 20 bilhões. O governo estima que 8 milhões de pessoas devem ficar sem auxílio no início do ano, caso o programa não seja criado.>
"Qualquer que seja a proposta, ela vai incomodar. Para arrumar recurso para essas pessoas vai ter de tirar de algum lugar. E do lugar que for tirar tem alguém que está incomodado", afirmou Bittar.>
O senador pretendia apresentar o relatório nesta semana, mas depois de divergências tanto com a equipe econômica quanto com líderes partidários, decidiu deixar para depois das eleições.>
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"Não adianta apresentar sozinho. Não por medo de críticas, mas se fizer isso sozinho não anda, não passa, não aprova. Eleição não é um bom conselheiro, é melhor passar esse momento. É melhor passar a eleição para que a gente sente na mesa de novo, com todos que precisam responder essa questão e chegarmos a um consenso", afirmou Bittar.>
Com essa verba, a ideia é ampliar a cobertura das transferências de renda a famílias na linha de pobreza e extrema pobreza, além de aumentar o valor do benefício mensal.>
Bittar e sua equipe estão trabalhando para a inclusão do programa de renda no texto da PEC 186, conhecida como PEC Emergencial.>
Como balizador dos trabalhos, a equipe está usando estudo feito pelo diretor-executivo da IFI (Instituição Fiscal Independente, órgão ligado ao Senado), Felipe Salto.>
Nesta segunda-feira (5), o economista apresentou a deputados e senadores uma alternativa para a criação do Renda Cidadã. Pela proposta, R$ 24,5 bilhões seriam liberados para o novo programa.>
A economia que a equipe de Bittar busca alcançar seria feita por meio de gatilhos. O primeiro caminho é a redução da jornada de trabalho de servidores federais, com a redução também de salários. Esse gatilho já está previsto na PEC Emergencial.>
O estudo do diretor da IFI mantém o respeito ao teto de gastos. A regra, em vigor desde 2016, limita o crescimento das despesas à inflação do ano anterior. As medidas ajudariam ainda a manter a desoneração da folha de pagamentos.>
Os dados apresentados pelo diretor da IFI estão sendo comparados com números encaminhados pelo Ministério da Economia.>
O líder do Governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), afirmou que o programa deverá seguir dois princípios acordados entre as lideranças e o governo: o respeito ao teto de gatos e a não elevação da carga tributária.>
O time de Bolsonaro enfrenta dificuldades em superar entraves à ampliação do Bolsa Família por causa da trava do teto de gastos.>
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