Publicado em 3 de março de 2021 às 17:06
- Atualizado há 5 anos
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quarta-feira (3) que pode ocorrer uma alta no preço do petróleo nas próximas semanas, o que segundo ele reforça o interesse do governo em trocar a presidência da Petrobras. >
As declarações ocorreram após visita à residência do embaixador do Kuwait, em Brasília. Também participaram o ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República.>
Bolsonaro disse que estavam na reunião um grupo de chefes de missões diplomáticas em Brasília.>
"A notícia não muito boa: falei sobre petróleo, obviamente, eles [os embaixadores] acham que o preço ainda não está muito adequado", disse.>
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"Pode ser que tenhamos uma alta do petróleo nas próximas semanas, o que complica para a gente. Isso reforça o nosso interesse em efetivamente mudar o presidente da Petrobras, porque queremos... Não interferir, como nunca interferimos, isso nunca existiu".>
A fala do presidente ocorre em meio à crise aberta com a interferência do Planalto na petroleira. Bolsonaro determinou a troca do atual presidente, Roberto Castello Branco, pelo general Joaquim Silva e Luna.>
O motivo da substituição é a política de preços da empresa e as subsequentes altas no valor dos combustíveis.>
O presidente está pressionado por categorias próximas ao bolsonarismo, principalmente os caminhoneiros.>
Quatro dos 11 membros do conselho de administração da Petrobras informaram a companhia que não aceitarão a recondução ao cargo na próxima assembleia geral extraordinária.>
Bolsonaro tem o direito de indicar o presidente da Petrobras porque a União é a maior acionista da companhia. A nomeação, porém, depende de aval do conselho. O mandato de Castello Branco se encerra em 20 de março.>
A recondução deles havia sido proposta pela União, conforme ofício do Ministério de Minas e Energia recebido pela companhia em 19 de fevereiro. Além desses quatro, a Petrobras tem outros três conselheiros indicados pelo governo federal.>
Questionado sobre a saída, Bolsonaro disse que ela pode ter ocorrida por "solidariedade".>
"Conversei rapidamente com o [ministro] Bento [Albuquerque, de Minas e Energia] hoje, resolveram sair, talvez por solidariedade. O que nós queremos é que o nome do Silva e Luna seja aprovado, que preenche todos os pré-requisitos", disse.>
Em outra frente, Bolsonaro reduziu os tributos federais do óleo diesel e do gás de cozinha para tentar reduzir o valor dos insumos. O corte no diesel tem duração de dois meses.>
Nesta quarta, Bolsonaro afirmou que a Petrobras pode atuar em outras áreas para impactar no preço dos combustíveis. Ele também defendeu a aprovação do projeto enviado pelo governo que muda a cobrança do ICMS sobre os combustíveis.>
"A Petrobras pode colaborar com outros órgãos no combate a cartéis, na adulteração de combustível, e a questão de diversificar o máximo possível a questão das refinarias".>
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