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Mais de 21 milhões de brasileiros não têm o que comer todos os dias, diz ONU

Mais de 21 milhões de brasileiros não têm o que comer todos os dias, diz ONU

Insegurança alimentar aumentou nos últimos quatro anos e atinge um terço da população do país, de acordo com as Nações Unidas

Publicado em 12 de julho de 2023 às 17:05

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SÃO PAULO - A insegurança alimentar grave atinge 21,1 milhões de pessoas no Brasil. O problema saltou nos últimos anos e se caracteriza pela falta de alimento para adultos e crianças.

Já a insegurança alimentar geral, que vai desde a preocupação com o acesso a comida até uma redução do acesso entre adultos, atinge cerca de 70,3 milhões de pessoas no país – um terço da população. No mundo, esse contingente chegou a 2,4 bilhões de pessoas no ano passado.

Pessoa passando fome
A fome absoluta atinge quase 10% de toda a população mundial, cerca de 735 milhões. (Shutterstock)

As informações foram publicadas nesta quarta-feira (12) no relatório Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo, feito por cinco agências da ONU (Organização das Nações Unidas). Outro dado, a fome absoluta atinge quase 10% de toda a população mundial, cerca de 735 milhões, e afeta 10,1 milhões de brasileiros. O índice é caracterizado por um problema crônico com efeito de desnutrição.

No Brasil, a prevalência da insegurança alimentar severa passou de 1,9% entre 2014 e 2016 para 9,9% entre 2020 e 2022 – o que representa 21 milhões de habitantes na situação. O total de pessoas que passam fome entre os períodos caiu de 6,5% (12,1 milhões de pessoas) para 4,7% (10,1 milhões).

A insegurança alimentar severa se caracteriza quando a redução de comida atinge, além dos adultos, as crianças. Ou seja, toda a família sofre com a falta de comida no domicílio. Já a insegurança moderada atinge redução de comida ou dos padrões de alimentação dos adultos.

A pesquisa da ONU se baseia na Escala de Experiência de Insegurança Alimentar, medida por um questionário sobre acesso a comida, e considera duas categorias: insegurança alimentar moderada ou grave (combinada) e insegurança alimentar grave.

Segundo o relatório, o número de pessoas passando fome no mundo ficou estável entre 2021 e 2022, mas ainda é superior ao período anterior à pandemia de Covid-19, com 9,2% da população mundial atingida no ano passado contra 7,9% em 2019.

Houve progresso na redução da fome entre 2021 e 2022, segundo o documento, em regiões da Ásia e da América Latina, mas a situação piorou no Caribe, no oeste asiático e em todas as regiões da África, que tem 1 a cada 5 pessoas passando fome.

As projeções para o mundo apontam que 600 milhões vão sofrer com a fome em 2030. Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), o FIDA (Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola), o Unicef (fundo para a infância), a OMS (Organização Mundial da Saúde) e o Programa Mundial de Alimentos, isso ameaça o sucesso do objetivo de desenvolvimento sustentável de zerar a fome em sete anos.

Os dados também indicam problemas no desenvolvimento de crianças. Cerca de 148 milhões delas com menos de cinco anos, quase um quarto do total, apresentaram baixa estatura.

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