Publicado em 14 de março de 2024 às 20:31
BRASÍLIA - O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estuda medidas para tentar baixar o preço dos alimentos no Brasil. O tema foi discutido em reunião entre o mandatário e ministros no Palácio do Planalto nesta quinta-feira (14).>
O assunto é debatido enquanto Lula observa queda na popularidade e após o mandatário dizer que a economia está longe de chegar ao cenário desejado por ele.>
"A economia cresceu melhor do que aquilo que o FMI previa, ou os pessimistas previam, mas ainda está muito longe de ser a economia que eu pretendo", disse Lula em entrevista na última segunda-feira (11), acrescentando ser necessário baratear alimentos e outros produtos.>
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que haverá uma estratégia específica no Plano Safra 2024-2025 para incentivar o plantio, próximo a regiões consumidoras, de algumas culturas específicas – como arroz, feijão, trigo, milho e mandioca.>
>
"Teremos uma estratégia para direcionar o crescimento da produção, para que ocorra perto dos centros consumidores. E estamos atentos também. Se essas medidas estruturantes, se os preços não abaixarem, nós podemos tomar outras medidas governamentais que serão estudadas pela equipe econômica", disse Fávaro.>
De acordo com ele, estão sobre a mesa outras medidas estratégicas como crédito e contratos de opções. "Olha, o preço mínimo é tanto, eu lanço um contrato de opção aqui, se o preço cair abaixo, já que nós temos a Política Nacional de Garantia do Preço Mínimo como obrigatória, usamos isso de forma estratégica", disse Fávaro.>
O presidente Lula deve ter, na próxima semana, uma confraternização com representantes de cinco setores do agronegócio: pecuária, fruticultura, celulose, algodão e café. O encontro foi solicitado pelos empresários.>
"O setor de carnes ficou muito feliz com os anúncios dessa semana. Todas as carnes, bovinos, suínos e aves. Falaram para o presidente que querem fazer um churrasco, convidar pessoas para comemorar esse bom momento", disse, sem mencionar empresários que poderiam participar.>
Apesar da preocupação, o governo vê tendência de queda no preço dos alimentos e espera repasse para consumidores até abril.>
No caso do arroz, produto cuja produção foi fortemente atingida pelas enchentes no Rio Grande do Sul, a expectativa é que a redução no preço ocorra já nas próximas semanas.>
Segundo o ministro da Agricultura, o preço da saca de arroz já reduziu de R$ 120 a R$ 100. "De março para abril [deve chegar redução no preço ao consumidor]. Já começou a cair. Então, na medida que o atacadista começa a repor seus estoques, comprando mais barato, é óbvio que ele forma preço mais barato e vai chegar na gôndola do supermercado", disse Fávaro.>
Além de Fávaro, participou do encontro o ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário).>
"O que determina que esse aumento ocorreu em função de questões climáticas que foram muito importantes no Brasil. Todo mundo assistiu ao excesso, a alta temperatura no Centro-Oeste, as chuvas ocorridas no Sul do Brasil. Enfim, foi um aumento sazonal que a tendência agora é diminuir", disse Teixeira.>
Dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de fevereiro mostram que a inflação da alimentação no domicílio variou 1,12%. Em janeiro, a alta havia sido de 1,81%, a maior para o primeiro mês em oito anos, desde 2016. À época, a variação dos preços havia sido de 2,89%.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta