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Fusão entre Fibria e Suzano é aprovada

Fusão entre Fibria e Suzano é aprovada

A aprovação foi divulgada na manhã desta quarta-feira (14) pelas duas companhias e a decisão foi publicada no Diário Oficial da União

Publicado em 14 de novembro de 2018 às 22:44

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(Arquivo )

A fusão entre a Fibria e a Suzano, as maiores produtoras mundiais de celulose de eucalipto, foi aprovada pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). A aprovação foi divulgada na manhã desta quarta-feira (14) pelas duas companhias e a decisão foi publicada no Diário Oficial da União. As informações são do Valor Econômico.

"Foi publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União a decisão do diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) que, por meio da resolução 6543, aprovou, ad referendum da diretoria colegiada, a alteração do controle societário da Fibria Celulose S.A. e de suas controladas", informou o documento da Suzano. 

Após a aprovação da Antaq, é ainda necessário também a decisão da Comissão Européia. Em outubro deste ano a Suzano protocolou um pedido de análise junto à autoridade europeia. A decisão pode ser conhecida em até 35 dias caso o órgão se posicione na primeira fase de análise.

Órgãos reguladores do Brasil, Estados Unidos, China e Turquia já aprovaram a operação sem restrições. Após o aval das autoridades antitrustes, a Suzano vai listar recibos de ações na Bolsa de Nova York e a expectativa é a de que a transação seja concluída em até 45 dias.

QUAL O IMPACTO DA FUSÃO PARA O ES?

O anúncio da fusão da Fibria com a Suzano, em operação que cria uma gigante global de celulose, foi recebido com otimismo por analistas e empresários capixabas parceiros da empresa que tem unidade em Aracruz, Norte do Espírito Santo.

Um conteúdo publicado pelo Gazeta Online, em março deste ano, informou que a expectativa é de que a união gere novos negócios e atraia mais investimentos para o Estado. Para o analista Pedro Lang, chefe da mesa de renda variável da Valor Investimentos, a formação de uma gigante mundial com forte presença no Espírito Santo pode movimentar a economia local. No setor de celulose, a fusão Suzano-Fibria vai corresponder a 50% do mercado global.

Empresários capixabas também veem com otimismo a transação, mas adotam uma certa cautela. Para alguns, a possibilidade de revisão de investimentos, principalmente sobre a instalação da fábrica de bio-óleo em Aracruz - anunciada em fevereiro -, pode acender um sinal amarelo. Só para essa fábrica, o investimento anunciado foi de R$ 500 milhões.

O presidente da Findes, Léo de Castro, ressalta que fusão vai criar uma empresa ainda maior. “A nova empresa que surge desta fusão já nasce como líder mundial do segmento e tem, no Espírito Santo, uma planta com operação otimizada, desde a plantação de florestas, passando pelo beneficiamento e chegando à logística de exportação”.

OTIMISMO

Diretor comercial da empresa de refrigeração Frioar, Antônio Falcão tem a Fibria como um de seus principais clientes. Ele diz que a notícia é positiva para o Estado. “A Fibria tem uma presença muito grande aqui. São duas empresas que geram muitos empregos no Estado. A tendência é manter os investimentos”, avalia.

Outro ponto destacado é que a união das empresas pode melhorar a relação de negócios para empreendedores locais.

O diretor do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Elétricas do Espírito Santo (Sindifer-ES), Fausto Frizzera, diz que muitas prestadoras de serviços têm tanto a Fibria quanto a Suzano como clientes e, com a fusão, haverá facilidade de negociação.

“Mais de 60% dos serviços de metalmecânica da Suzano e da Fibria são feitos por capixabas. Já era uma relação muito boa e vai ficar melhor. Na hora de negociar, a gente conversa com uma empresa só. Vai facilitar os processos e gerar menos desgaste”, pondera Frizzera.

Já o diretor jurídico do Sindicato dos Trabalhadores Químicos e Papeleiros do Estado (Sinticel), Artur Branco, afirma que os trabalhadores do setor ainda carregam um “trauma” após a compra da Aracruz Celulose pela Votorantim Celulose e Papel, em 2009. Na época, junto à incorporação, os novos acionistas anunciaram corte de 200 funcionários.

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“Nossa preocupação é que, com a mudança de controlador, a relação com os empregados piore. Quando algum grupo compra uma empresa, a tendência é que o comprador queira compensar o valor investido reduzindo gastos. Espero que isso não aconteça”, diz.

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