Publicado em 12 de abril de 2019 às 23:27
O ministro da Economia, Paulo Guedes, sugeriu nesta sexta-feira (12) que não foi informado pelo presidente Jair Bolsonaro sobre a decisão de impedir que a Petrobras reajustasse em 5,7% o preço do diesel.>
Após participar de uma reunião no FMI (Fundo Monetário Internacional), em Washington, o ministro foi questionado 13 vezes por jornalistas sobre sua possível participação na tomada de decisão do governo.>
Inicialmente, disse que não sabia do que os repórteres estavam falando e, em seguida, ao ser perguntado diretamente se não havia sido informado pelo presidente sobre a interferência nos preços do combustível, respondeu: "É uma inferência razoável, aparentemente".>
Guedes deu as declarações caminhando apressadamente do prédio onde fica o FMI até o que abriga o Banco Mundial, na capital americana.>
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Disse que havia passado o dia em reuniões e que, por isso, não tinha nenhuma informação nem iria comentar o assunto.>
Diante da insistência dos jornalistas, afirmou que tinha um "silêncio ensurdecedor" para oferecer sobre o tema mas, após pouco mais de um minuto, resolveu dizer que a inferência da repórter era razoável.>
A companhia perdeu R$ 32 bilhões em valor de mercado após a intervenção e Bolsonaro convocou reunião de ministros e técnicos para discutir os preços da estatal.>
Formado na Universidade de Chicago, notabilizada por sua tradição econômica liberal, Guedes é a favor da política de livre mercado, com menor intervenção possível.>
Abaixo, a conversa de Guedes com jornalistas em Washington.>
PERGUNTA - O sr. pode falar sobre o diesel?>
PAULO GUEDES - Eu não sei nem do que vocês estão falando.>
P. - O sr. foi consultado pelo presidente?>
PG - Estou trabalhando o dia inteiro aí.>
P. - Mas está em todas as manchetes, ministro.>
[silêncio]>
P. - O que o sr. está dizendo para os investidores?>
[silêncio]>
P. - O sr. sabia que o presidente ia pedir para segurar o aumento do diesel?>
[silêncio]>
P. - A gente só queria saber se o presidente Bolsonaro consultou o sr.>
PG - Eu passei o dia inteiro trabalhando. Não tenho informação suficiente.>
P. - Mas então o sr. não foi consultado.>
[silêncio]>
P. Se o sr. não tem informação.>
PG - Eu tenho um silêncio ensurdecedor para os senhores.>
P. - O sr. não foi consultado, ministro?>
PG - Um silêncio ensurdecedor sobre o assunto.>
P. - O sr. não quer comentar sobre o assunto?>
PG. - Perfeitamente.>
P. - Não vai comentar, é isso?>
PG - Eu tinha combinado que ia conversar com vocês sobre o andamento do dia aqui, mas aí aconteceu alguma coisa lá que eu vou ter que me informar, porque eu passei o dia na sala.>
P. - Então o sr. não foi informado sobre a interferência no preço da Petrobras, do diesel da Petrobras?>
PG - É uma inferência razoável aparentemente.>
P. - O sr. não pode falar 3 minutos com a gente?>
PG - Não.>
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