Publicado em 16 de abril de 2019 às 22:24
A lentidão na recuperação da atividade econômica e suas consequências sobre a geração de empregos têm provocado um rearranjo no mercado de trabalho. Profissionais sem ocupação têm buscado alternativas para obter renda e a entrega de mercadorias é o caminho encontrado por cerca de 5,5 milhões de brasileiros para garantir o orçamento no final do mês. O número foi revelado por pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Administração (Fipe) e obtida com exclusividade pelo Estadão/Broadcast.>
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE) mostram que o contingente de profissionais autônomos no Brasil chegou a 23,779 milhões na média do trimestre encerrado em fevereiro, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Desta maneira, os 5,5 milhões de entregadores correspondem a 23,13% do total de pessoas que trabalham por conta própria no País.>
Com o crescente uso de aplicativos pelos consumidores, os entregadores fazem a ponte entre as lojas, no mundo virtual, e o cliente, no mundo real. Esta característica ajudou a batizar o segmento de 'online to offline'. Os produtos entregues vão de simples refeições até roupas.>
"A economia compartilhada está gerando uma transformação no País. Os entregadores estão gerando uma renda maior, tendo acesso a bens e serviços que nunca tiveram. Os entregadores são protagonistas dessa mudança de hábito que o Brasil está passando por meio das empresas da nova economia", conta o diretor de engajamento da Associação Brasileira de Online to Offline (ABO2O), Marcos Carvalho.>
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De fato, a pesquisa constatou que 90% dos entregadores utilizam apenas plataformas digitais para fazer entregas, enquanto 88% deles são os responsáveis pela principal renda do domicílio. Uma parcela de 90% também afirma que não pretende mudar de atividade ou ramo no curto prazo.>
Ainda em relação à renda, 87% avalia que ganha mais fazendo uso dos aplicativos para fazer as entregas. O trabalho autônomo é preferido por 70% dos profissionais, com 96% apontando a flexibilidade nos horários como um dos principais aspectos positivos da ocupação. Já outros 91,5% avaliam ter mais liberdade para compor a renda familiar.>
PERFIL>
A ampla maioria, 97,4% dos entregadores, é do sexo masculino, constatou a pesquisa, com idade média de 29 anos. Já em relação à escolaridade, 74,3% têm ensino médio completo, enquanto 11,7% têm formação superior ou pós-graduação.>
"Cerca de 65% dos entregadores de aplicativo estão na profissão há mais de cinco anos, o que significa que são mais experientes e cuidadosos na condução da moto. Ele conhece bem o trânsito e sabe dirigir com cuidado", conta Carvalho. Um dado interessante fornecido pelas plataformas digitais é que, em média, os entregadores ficam online quatro horas por dia", continua.>
Já em relação às entregas, as plataformas digitais disponibilizam os serviços conforme a proximidade dos entregadores, com a maioria das entregas sendo feitas numa distância entre três e cinco quilômetros.>
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