Publicado em 17 de junho de 2020 às 18:14
O dólar teve um dia de volatilidade alta, enquanto os investidores aguardam a decisão do Banco Central sobre juros. Em sessão marcada por poucos negócios, o que acentuou as oscilações, profissionais das mesas de câmbio ressaltam que, mais do que o esperado corte de juros hoje, a expectativa é ver o que o BC sinaliza pela frente. Um novo corte pode ajudar a enfraquecer ainda mais o real. No exterior, o dia foi marcado por fortalecimento da moeda americana, ainda em meio ao temor de uma segunda onda de contágios do coronavírus. >
No fechamento desta quarta, 17, terminou em R$ 5,2608, em alta de 0,51% no segmento à vista. Foi o sexto dia seguido de valorização da moeda americana, que acumula ganho de 8% no período. No mercado futuro, o dólar para julho era cotado em R$ 5,2345, em queda de 0,27% às 17h30.>
"Hoje foi dia de oscilação grande, e lá fora também teve volatilidade", afirma o responsável pela mesa de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem. Ele ressalta que a expectativa pelo Copom e o temor de nova onda de coronavírus deixou o mercado sem muita âncora, fazendo os preços oscilarem mais que a média.>
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O sócio gestor da Ibiuna, Mario Torós, ex-diretor do BC, ressalta que o Brasil ainda nem terminou a primeira onda de coronavírus e quanto mais tempo demorar para ela passar, maior os efeitos na atividade econômica. Ele prevê corte de 0,75 ponto porcentual hoje na taxa básica de juros e acha que é mais provável o cenário em que o BC deixe as portas abertas para novo corte pela frente, de 0,50 ponto, levando a Selic para 1,75%, disse em Live do BTG Pactual.>
Para Torós, se não houver uma segunda onda de infecções, o dólar pode se enfraquecer no mercado internacional, mas a tendência é que o real siga com desempenho pior que outras moedas emergentes, por conta da forte piora fiscal do Brasil.>
Na avaliação do analista de mercado financeiro da Oanda em Nova York, Edward Moya, as perspectivas econômica para o Brasil só pioraram desde a última reunião de política monetária. Nesse ambiente, o BC deve sinalizar que provavelmente haverá mais cortes de taxas. Já no exterior, ele ressalta que as bolsas tiveram dia de ganhos em Nova York, mas a cautela persiste com a piora de casos de coronavírus nos EUA, sobretudo em estados como Flórida, Nevada, Texas e Arizona. Nesse ambiente, crescem as preocupações de excesso de oferta por petróleo e perspectiva de baixa demanda no curto e médio prazo.>
Em meio aos juros baixos, o Brasil segue perdendo recursos externos. Embora com entradas para a Bolsa, o fluxo financeiro está negativo em junho em US$ 463 milhões até o dia 12. No acumulado do ano, a saída líquida por este canal soma US$ 33,8 bilhões.>
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