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Com possível derrota de Macri, governo Bolsonaro estuda rever Mercosul

Com possível derrota de Macri, governo Bolsonaro estuda rever Mercosul

O presidente brasileiro pediu a seus assessores uma avaliação completa da derrota do aliado argentino para que a situação seja debatida em reunião ministerial

Publicado em 23 de agosto de 2019 às 02:31

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Bolsonaro encomendou a assessores avaliação de possível derrota de Macri. (Antonio Cruz/ Agência Brasil)

Com a derrota de Mauricio Macri nas eleições primárias na Argentina para Alberto Fernández, que tem a ex-presidente e senadora Cristina Kirchner como vice, o Brasil deve estudar rever o Mercosul. O presidente brasileiro Jair Bolsonaro pediu a seus assessores uma avaliação completa da derrota do aliado argentino para que a situação seja debatida na reunião ministerial desta terça-feira (13).

Segundo o jornal "O Globo", a revisão da parceria do bloco é defendida pro assessores do presidente brasileiro, embora uma ala do Planalto aponte que é preciso acompanhar os desdobramentos da eleição na Argentina. As primárias funcionam como uma megapesquisa do pleito presidencial, que acontecerá, de fato, em 27 de outubro. No entanto, o próprio Bolsonaro chegou a dar declarações contra o bloco, mudando de opinião após se aproximar de Macri.

ROMPIMENTO

Apesar disso,  Bolsonaro afirmou à imprensa que não quer romper unilateralmente com a Argentina caso Alberto Fernández ganhe a eleição.  Ele disse ainda que Fernández foi quem já deu "sinais" de que pode rever a participação da Argentina no Mercosul e a relação entre os países deve ser "conflituosa" se ele for eleito.

"A gente vai ver como é que fica a situação. Ninguém quer... eu não quero romper unilateralmente, mas ele mesmo, o candidato cujo partido ganhou as prévias, falou que quer rever o Mercosul. Esse é o primeiro sinalizador de que vai ser uma situação bastante conflituosa", disse Bolsonaro após chegar ao Palácio da Alvorada. O presidente falou com jornalistas no Planalto ao retornar do Rio Grande do Sul.

"Se eu não me engano, ele (Fernández) esteve em Curitiba visitando o (ex-presidente) Lula também. Quer dizer, (ele) está dando sinalizações mais do que precisas, concretas, de que não quer se alinhar com aquilo que no momento nos alinhamos com Macri, com Maríto (Mario Abdo Benítez, presidente do Paraguai) e com o presidente do Uruguai", avaliou Bolsonaro.

PRIMÁRIAS

Os mais de 15 pontos de vantagem obtidos por Fernández sobre o presidente Mauricio Macri na eleição primária da Argentina, no último final de semana, o colocaram em vantagem expressiva até a votação geral em outubro.

Questionado se pretende "ajudar" Macri de alguma forma, Bolsonaro respondeu que não se trata disso. "Não é ajudar o Macri ou não ajudar. Você pode ver, o próprio dólar, acho que subiu 10% se não me engano. Os juros também foram lá para cima. O sinalizador está ai. Em um país com esses números a tendência é o quê? Se transformar em uma nova Venezuela. E nós não queremos o mal para nossos irmãos aqui no Sul", declarou.

Mauricio Macri foi derrotado nas primárias. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Ele reforçou que "mais do que nunca o Brasil quer integração e prosperidade com a Argentina". "Se realmente for essa política de Cristina Kirchner, mesmo como vice (na chapa de Fernández), ligada ao Foro de São Paulo, ligada a (Hugo) Chávez no passado, a (Nicolás) Maduro, a Fidel Castro que se foi, ligado ao que há de pior aqui na América Latina, a tendência é desgraça e caos."

Bolsonaro voltou a dizer que a eventual eleição da chapa de Fernández e Kirchner poderia levar a um "problema de entrada de argentinos no Brasil como vem acontecendo na Venezuela".

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Em julho, Fernández visitou Lula na prisão e disse que a prisão do ex-presidente "é uma mancha para o Brasil". O candidato também não descartou revisar o acordo assinado entre o Mercosul e a União Europeia.

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