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Carga tributária bate recorde de 35% do PIB mesmo na crise

Carga tributária bate recorde de 35% do PIB mesmo na crise

No Espírito Santo, percentual chegou a 32% da soma das riquezas produzidas

Publicado em 30 de julho de 2019 às 01:15

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Impostômetro mostra que brasileiros já pagaram mais de R$ 1,4 tri em tributos. (RENATO S. CERQUEIRA)

Apesar da crise econômica que ainda afeta a economia brasileira a carga tributária bateu o recorde no país e alcançou a marca de 35,07% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018, o equivalente a R$ 2,39 trilhões. Ou seja, cada brasileiro precisou trabalhar cerca de 128 dias apenas para quitar os seus compromissos com o pagamento de tributos.

Nesse período, os capixabas pagaram R$ 37,1 bilhões em impostos federais, estaduais e municipais, de acordo com dados do site Impostômetro. Para se ter uma ideia do tamanho disso, tudo que os contribuintes do Espírito Santo pagaram em 2018 corresponde a 32,4% do PIB estadual, que foi de R$ 114,4 bilhões no ano passado, segundo o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN).

O valor é mais que o dobro, por exemplo, do orçamento total do governo do Estado em 2018, que foi de R$ 17 bilhões.

Só em Vitória, em 2018, o que foi coletado de tributos ultrapassou a marca de R$ 691 milhões.

Ainda segundo o Impostômetro, neste ano, até às 20h30 desta segunda-feira (29), foram arrecadados R$ 21,48 bilhões no Espírito Santo, o que representa 1,65% do total no Brasil. No comparativo com o mesmo período de 2018, os impostos pagos pelos capixabas já aumentaram 2,1%.

BRASIL

Em nível nacional os brasileiros já pagaram R$ 1,4 trilhão em 2019. No mesmo período em 2018 esse valor estava em R$ 1,35 trilhão. Uma alta de 5,6%.

Para a economista e professora da Universidade de Vila Velha (UVV) Adriana Rigoni, diversos fatores contribuíram para esse aumento da carga tributária.

“Acredito que essa elevação pode ser explicada pelo aumento dos royalties do petróleo, que estão ascendentes no mercado internacional, além do esforço do governo em aumentar a arrecadação de impostos com aumento de fiscalização e de alíquotas como a dos combustíveis, além da recuperação, mesmo que pequena, de alguns setores como o farmacêutico, papel e celulose e vestuário”, diz.

Ainda segundo a economista, o esforço do governo para aumentar arrecadação deve continuar, dada a necessidade de elevar a receita. Ela ainda espera que a economia dê sinais positivos, podendo contribuir para o aumento da arrecadação, mesmo que um pouco menor que o montante atual.

Em média no país, cada habitante recolheu o equivalente a R$ 11.494 de impostos em 2018. Os cálculos foram feitos pelos economistas José Roberto Afonso e Kleber de Castro em estudo que antecipa a consolidação dos números da carga tributária do ano passado e buscando entender o que levou a essa alta justamente num período de crescimento muito baixo da economia.

A expansão do peso dos impostos para empresas e pessoas físicas em 2018 atingiu 1,33 ponto percentual e bateu o recorde anterior, registrado em 2008, de 34,76% do PIB. O avanço é ainda mais impactante pelo fato de representar o maior salto dos últimos 17 anos.

O padrão de crescimento de carga foi disseminado nas três esferas de governo (União, Estados e municípios). Cerca de 65,7% de toda a carga tributária de 2018 é cobrada pela União, que arrecadou quase R$ 1,57 trilhão – cerca de 23% do PIB do ano passado. O restante foi cobrado pelos Estados, que juntos arrecadaram 27,2% do PIB (R$ 650 bilhões), e municípios, com 7,2% (R$ 172 bilhões). (Com agências)

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