> >
Bolsonaro e ministro se contradizem sobre privatizar Correios

Bolsonaro e ministro se contradizem sobre privatizar Correios

Em evento, presidente disse que iria privatizar sim, ao passo que o ministro da Ciência e Tecnologia, Inovação e Comunicação, Marcos Pontes, disse que processo não está em andamento

Publicado em 6 de agosto de 2019 às 18:31

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes. (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Em evento em São Paulo,  o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que vai privatizar os Correios.  Pouco antes, no entanto, o ministro da Ciência e Tecnologia, Inovação e Comunicação, Marcos Pontes, afirmou o contrário, em audiência na Câmara dos Deputados. As declarações foram dadas com um intervalo de cerca de 40 minutos, na manhã desta terça-feira (06).

Primeiro, por volta das 10h20, Pontes deu a declaração em audiência promovida em Brasília justamente para dar esclarecimentos sobre a privatização dos Correios, bandeira de Bolsonaro desde a campanha eleitoral. "Não existe nenhum procedimento de desestatização ou privatização para nos preocupar neste momento", disse Pontes. Segundo o ministro, o que há de "determinação" é "trabalhar para que os Correios sejam sustentáveis, para que a empresa cresça". "Não existe nada ainda que tenha a ver com desestatização", reforçou o ministro.

Já o presidente, falando para uma plateia de empresários, no 29º Congresso Expofenabre, em São Paulo, às 11h, mas foi enfático, após dizer que estava tomando uma série de medidas para "destravar a vida de vocês". "Vou privatizar os Correios", anunciou, segundo informações do jornal "Valor Econômico", sem dar mais detalhes.

AUDIÊNCIA NA CÂMARA

Pontes e o presidente dos Correios, o general Floriano Peixoto, participaram de audiência pública na Comissão de Trabalho da Câmara nesta terça-feira (06). A plateia era formada principalmente por trabalhadores da empresa pública.

O presidente Jair Bolsonaro defende desde a campanha a privatização dos Correios. Em junho, Bolsonaro demitiu o general Juarez Aparecido da Paula e Cunha da presidência do órgão por "agir como sindicalista". Para o cargo, nomeou o general Floriano Peixoto, antes ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República. 

Na audiência na Câmara, o general Peixoto também disse que não está em curso a privatização da empresa. Mas apresentou dados de estudos sobre "alternativas de desestatização".

Segundo o presidente dos Correios, uma opção seria qualificar estudos do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) para definir "cenários" sobre modelo de privatização que poderia ser adotado. A segunda alternativa, disse, é incluir a empresa no Plano Nacional de Desestatização (PND), o que exigiria encaminhar Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e projeto de lei ordinária ao Congresso.

Este vídeo pode te interessar

"Independentemente do que for defendido, ficou claro que algumas medidas adicionais serão necessárias, como ações para preservar empregos dos funcionários, em caso de desestatização, e a definição de um marco regulatório ao setor", disse Peixoto.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais