Formado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Espírito Santo, integrado com Purdue University Calumet (EUA). Especialista em Análise Financeira pela PUC-RS. Sócio da Valor Investimentos e chefe da mesa de renda variável Matriz. CFA®?Program Participant, CFA Institute.

O impacto dos juros americanos no dólar e na bolsa brasileira

Com a inflação em alta nos Estados Unidos, a expectativa é de que o Banco Central americano suba os juros

Vitória
Publicado em 27/04/2022 às 09h08
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Juros americanos devem subir no ano que vem. Crédito: Pexels

A inflação nos últimos 12 meses nos Estados Unidos chegou a 8,5% em março, o maior patamar em 40 anos. A última vez que o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) esteve acima desse valor nos EUA foi em dezembro de 1981, quando atingiu 8,9%.

A alta nos preços se dá por problemas na oferta de suprimentos, na demanda elevada estimulada por juros baixos e estímulos fiscais, e nas interrupções nos mercados globais de alimentos e energia, agravados pela guerra da Ucrânia, que impactou preços de commodities como o petróleo, trigo, soja e fertilizantes.

Entretanto, mesmo antes da guerra acelerar essa alta, gastos maiores do consumidor, aumentos salariais e escassez de oferta já conduziam a inflação ao seu nível mais alto em 40 anos.

Essa alta intensifica as expectativas de que o Federal Reserve (Fed, Banco Central Americano) aumente a taxa de juros nos próximos meses, inclusive em 2023, o que deve reforçar ainda mais as vantagens para o dólar.

Mas como essa alta de juros impacta a Bolsa brasileira? Quando os juros sobem nos Estados Unidos, investir em títulos de renda fixa americanos se torna mais atrativo, o que consequentemente estimula o fluxo de capital de ativos de risco para ativos mais conservadores.

Em outras palavras, sabe-se que os títulos emitidos pelo Tesouro dos Estados Unidos já são tradicionalmente atrativos para os investidores porque são vistos como seguros e ligados à maior economia mundial. Isso obriga os investidores a comprar dólares, o que faz com que o dólar se valorize, e se fortaleça frente a diversas moedas, especialmente a de mercados emergentes (países subdesenvolvidos), como o brasileiro, que sofrem com a migração de seus investidores.

Dessa forma, o dólar, que vinha negociando próximo de R$ 4,60, passa a ser negociado próximo de R$ 5,00. E a bolsa brasileira, que negociava próxima dos 120 mil pontos, negocia próximo dos 110 mil pontos.

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