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Sede da PGR em Brasília é pichada como 'Procuradoria-Geral do Bolsonaro'

Sede da PGR em Brasília é pichada como 'Procuradoria-Geral do Bolsonaro'

Durante a semana, procurador-geral Augusto Aras assumiu a defesa de Bolsonaro ao pedir para o STF a suspensão do inquérito das fake news; presidente, por sua vez, condecorou o chefe do MPF e prometeu vaga no Supremo

Publicado em 30 de maio de 2020 às 17:03

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PGR
PGR. (Reprodução | Twitter Guga Noblat)

Em protesto contra o o chefe da Procuradoria-Geral da República (PGR), Augusto Aras, a sede do órgão foi alvo de pichação na madrugada deste sábado (30). Na placa de identificação do edifício, era possível ler "Procuradoria-Geral do Bolsonaro". O sobrenome do presidente Jair Bolsonaro foi escrito acima da palavra "República" no letreiro. A pichação foi apagada pela manhã.

"A Procuradoria-Geral da República repudia o ato de vandalismo contra sua sede, que já se encontra em investigação para responsabilização civil e criminal quanto ao ato que danificou patrimônio público", afirmou a PGR em nota. "As medidas de reforço na segurança das unidades de todo o país serão tomadas com a maior rapidez possível; bem como as demais medidas administrativas que se fizerem necessárias", completou.

Na quinta-feira (28), Bolsonaro afirmou que Aras, hoje responsável por investigações com potencial de atingir o presidente, é um nome forte a ser indicado por ele para uma possível terceira vaga ao STF (Supremo Tribunal Federal). O chefe da PGR tem recebido críticas por uma atuação alinhada ao governo Bolsonaro.

Os ministros Celso de Mello e Marco Aurélio terão aposentadoria compulsória na corte no atual mandato de Bolsonaro (2019-2022) e devem ser substituídos por nomes indicados pelo atual presidente –em novembro deste ano e em 2021, respectivamente.

Uma terceira vaga para indicação de Bolsonaro surgiria no caso de reeleição dele, de saída não programada de algum integrante da corte ou de morte, por exemplo. Bolsonaro descartou a indicação de Aras para uma das duas primeiras vagas, mas acenou para ele como uma possibilidade futura.

Ainda na quinta, cerca de 600 integrantes do Ministério Público Federal pediram que o Congresso encaminhe uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que obrigue o presidente da República a escolher para a chefia da Procuradoria um nome a partir de uma lista tríplice escolhida em votação pela categoria.

No ano passado, Bolsonaro escolheu Aras para o cargo de procurador-geral. O nome dele não estava na lista tríplice enviada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR).

Nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB), a lista enviada pela ANPR foi respeitada. O ato contra a PGR ocorre em um momento em que a relação de Aras e Bolsonaro é contestada.

O presidente é investigado por suspeita de ter tentado interferir indevidamente na Polícia Federal, acusação feita pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro. Em meio ao avanço das investigações, o presidente fez uma visita surpresa ao chefe da Procuradoria, o que foi visto como um ato de pressão sobre Aras.

Aras se manifestou na quinta-feira contra a apreensão do celular do presidente solicitada por partidos de oposição neste inquérito.

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