Publicado em 17 de junho de 2021 às 18:05
Na perseguição a Lázaro Barbosa de Sousa, 32, acusado de assassinar brutalmente uma família no Distrito Federal, a polícia recorreu a drones equipados com infravermelho. >
Capaz de identificar movimentos no meio da mata, a tecnologia está sendo usada principalmente à noite. É nesse período, afirma a coordenação da força-tarefa, que Sousa abandona os lugares onde se esconde durante o dia para buscar alimentos e continuar a fugir do cerco policial.>
"Estamos utilizando os drones para tentar, principalmente à noite, visualizar algum movimento dele", disse o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda. "Temos a informação de que ele se movimenta à noite. Então esses drones podem captar algum movimento em alguma clareira, em algum ponto aberto nessa mata.">
Nesta quinta-feira (17), a perseguição ao "serial killer do DF", como Sousa tem sido chamado, entrou em seu nono dia. O Ministério da Justiça enviou um grupo de 20 integrantes da Força Nacional para ajudar nas buscas.>
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Foram mobilizadas centenas de agentes de segurança de Goiás e da capital do país. Segundo as autoridades, Sousa é experiente em se movimentar em uma região de muitas chácaras e de mata e, por isso, vem conseguindo furar o cerco policial.>
As buscas se concentram nas cercanias de Edilândia (GO), povoado localizado no entorno do DF a pouco menos de 100 km de Brasília.>
Helicópteros e cães farejadores são usados na operação, e barreiras foram montadas nas rodovias que cortam a região. As polícias Federal e Rodoviária Federal auxiliam no trabalho. O governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou na quarta-feira (16) ainda que Sousa faz "quase como de bobas" as forças de segurança envolvidas nas buscas.>
Para tentar demonstrar alinhamento na ação policial, o chefe da Segurança Pública de Goiás, que coordena os trabalhos, concedeu entrevista nesta quinta no centro operacional das buscas ao lado do titular da pasta do DF, Júlio Danilo.>
"Estamos imbuídos no mesmo propósito, em resolver esse problema, que é complexo, grave, de difícil resolução", afirmou Miranda. E Danilo disse que "o DF confia plenamente nessa coordenação [de Goiás]".>
Na semana passada, Sousa invadiu uma chácara em Ceilândia (DF), possivelmente para roubar, segundo apontam as investigações, e matou um casal e dois filhos.>
Cláudio Vidal de Oliveira, 48 anos, Gustavo Vidal, 21, e Carlos Eduardo Vidal, 15, foram assassinados no local. Os corpos estavam sob folhas para que não fossem vistos pelas buscas aéreas da polícia.>
Cleonice Andrade, 43, foi levada como refém e seu corpo foi localizado três dias depois às margens de um córrego, sem roupas. De acordo com a polícia, a vítima foi executada com tiro na nuca.>
Desde então, relatos apontam que ele invadiu outras propriedades no DF e em Goiás, trocou tiros com um funcionário de uma fazenda, roubou armas e veículos e obrigou um caseiro a cozinhar e fumar maconha com ele.>
Além do quádruplo latrocínio (matar para roubar) em Ceilândia, é atribuída a ele uma tentativa do mesmo tipo penal em 2020, ao invadir uma chácara em Goiás para roubar e atingir um idoso com um machado.>
O fugitivo possui condenação por duplo homicídio na Bahia. É considerado foragido da Justiça também por crimes de estupro, roubo à mão armada e porte ilegal de arma de fogo, acusação que à cadeia em 2013 no DF.>
Após três anos, progrediu para o regime semiaberto e fugiu da cadeia. De acordo com informação da Secretaria de Administração Penitenciária do DF, ele não retornou ao sistema após uma saída temporária.>
Em 2018, Sousa foi preso pela polícia de Goiás, mas conseguiu escapar novamente. Desde então, vinha sendo procurado pela polícia.>
"Estamos lidando com um psicopata", disse Miranda. "Uma pessoa que, se puder, vai fazer refêm; se puder, vai matar.">
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