Publicado em 29 de janeiro de 2020 às 16:49
A Prefeitura de São Leopoldo (RS) informou nesta quarta (29) que o paciente internado na cidade com suspeita de coronavírus recebeu diagnóstico de gripe H1N1. Ele receberá o antiviral Tamiflu como tratamento. >
As amostras de material coletado foram enviadas ao Laboratório Central do Estado (Lacen).>
O segundo caso suspeito na cidade, de um amigo que teve contato com ele e apresentou quadro febril na noite de terça (28), apresentou melhora e seus exames laboratoriais não tiveram alterações. >
Também nesta quarta (29) a Secretaria da Saúde do Paraná informou que descartou que um paciente internado em Curitiba tenha infecção por coronavírus como se suspeitava.>
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O Ministério da Saúde anunciou na terça (28) que monitorava três casos. Com dois deles descartados, resta o de Belo Horizonte, o primeiro dois três a ser anunciado. Trata-se de uma estudante de 22 anos que viajou para a cidade de Wuhan, na China, epicentro da doença.>
Segundo o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o estado de saúde da paciente é estável. Após ser atendida na sexta-feira (24), ela foi encaminhada a um hospital de referência e colocada em isolamento até o resultado de exames.>
Em Wuhan, a paciente afirma não ter ido ao mercado de peixes da cidade nem ter tido contato com pessoas doentes. Cerca de 14 pessoas que tiveram contato com a paciente no Brasil também são monitoradas. >
De com o ministério, desde 18 de janeiro ao menos outros nove casos de pessoas com sintomas respiratórios chegaram a ser notificados por secretarias de saúde para serem avaliados, mas nenhum se enquadrava na definição de casos suspeitos. Resultados de exames feitos nos pacientes também descartaram o quadro.>
O Ministério da Saúde desaconselha viagens à China neste momento. "Não sendo estritamente necessário, recomendamos que não façam viagens até que o quadro todo esteja bem definido", afirmou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.>
Na segunda-feira (27), a OMS (Organização Mundial da Saúde) corrigiu a avaliação de risco diante do coronavírus de "moderado" para "alto". A medida levou o Ministério da Saúde a atualizar a definição de casos de suspeita. >
Antes, eram considerados suspeitos os casos de pessoas com sintomas respiratórios, como febre, tosse e dificuldade para respirar, e com histórico de viagens a região de Wuhan nos últimos 14 dias antes do início dos sintomas. >
Agora, passam a ser considerados como suspeitos aqueles com histórico à China ou contato com casos suspeitos ou confirmados em até 14 dias antes do início dos sintomas. O intervalo corresponde ao período de incubação do vírus -tempo entre infecção até o desenvolvimento dos sintomas.>
Na última semana, o Ministério da Saúde ativou um centro de operações de emergência para monitorar o registro de possíveis casos. O centro, formado por especialistas em emergência em saúde pública, foi ativado em nível 1, entre três possíveis, o que indica um alerta inicial, visando a preparação da rede de saúde.>
Com o registro de um caso de suspeita em investigação, o nível de alerta passa agora a nível 2. >
"Na medida em que identificamos o primeiro caso que se enquadrou na definição de suspeitos, entramos no nível 2, que é de perigo iminente [do vírus chegar ao país]. A partir do primeiro caso confirmado, entramos em nível 3, e declaramos emergência de saúde pública de importância nacional", diz o secretário de vigilância em saúde, Wanderson Oliveira.>
Ele explica que o termo adotado para classificação de cada nível segue protocolos de saúde.>
Para o ministro, a mudança no nível de alerta visa indicar à rede de saúde a necessidade de maior atenção devido à possibilidade do vírus chegar ao país.>
Não se trata, porém, de um risco iminente de surto ou epidemia, afirma, mas, sim, de haver casos no país. "Falamos em perigo iminente quando se tem um vírus novo e a informação de que se tem transmissão sustentada em outro país. Pessoas que estiveram na China se movimentam em quantidade grande, o que eleva o perigo de o vírus entrar em território nacional", afirma Mandetta.>
Segundo ele, a rede de saúde está preparada para atender possíveis casos.>
"É um momento de tranquilizar a população brasileira. Não temos hoje nenhum caso sustentado de circulação no Brasil", diz o ministro. "Não é motivo nenhum para termos qualquer tipo de pânico, mas de sermos cautelosos", afirma ele, que lembra que o SUS já atendeu a outras situações semelhantes de emergência, como a Sars e o zika. "Estamos preparados para monitorar todo esse quadro e aguardar o que a ciência coloca.">
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