Publicado em 21 de março de 2023 às 14:57
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) relembrou nesta terça-feira (21) que, durante o período em que esteve preso na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba (PR), costumava falar para procuradores que iam visitá-lo que iria "f... esse Moro".>
A declaração foi dada durante entrevista ao vivo para o portal Brasil 247. Lula se emocionou no momento em que respondia a perguntas sobre o seu período preso em Curitiba. Disse que sentiu muita mágoa e citou as perdas da sua esposa Marisa Letícia e de um de seus irmãos.>
"É engraçado que eu fiquei naquela cadeia lá e foi um momento muito rico da minha vida de resistência. Quantas vezes eu deitava naquela cama e ficava de barriga pra cima olhando o teto", afirmava o presidente, quando começou a chorar.>
Afirmou na sequência que os métodos da força-tarefa Lava Jato levavam as pessoas a delatarem, porque não aguentavam a pressão. Disse que o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) não aguentou "uma capa da revista Veja".>
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"De vez em quando ia um procurador, entrava lá de sábado, dia de semana, para perguntar se estava tudo bem. Entravam três ou quatro procuradores e perguntavam: 'está tudo bem?' '[Eu respondia:] não está tudo bem. Só vai estar tudo bem quando eu f... esse Moro. Vocês cortam a palavra 'f...'", afirmou o presidente durante a entrevista.>
Lula foi preso em 2018 e passou 580 dias na carceragem da PF em Curitiba.>
Lula também comentou os rumores de que vai indicar o seu advogado, Cristiano Zanin, para a vaga no STF (Supremo Tribunal Federal) que será aberta com a aposentadoria do ministro Ricardo Lewandowski. Disse que ainda não sabe quem vai indicar e que não tem compromisso assumido com nenhum candidato.>
Por outro lado, exaltou Zanin. "O Zanin foi a grande revelação jurídica nesses últimos anos. O Zanin foi muito criticado [ao fazer a defesa de Lula na Lava Jato], porque não era criminalista, muita gente pediu para mim 'você tem que contratar fulano', muita gente do meu partido mesmo", afirmou.>
Lula também acrescentou que o eventual estabelecimento de mandatos para ministros do Supremo é assunto que "vai discutir proximamente", embora não tenha tomado posição ao ser perguntado sobre esse formato.>
O mandatário também foi questionado sobre a possibilidade de indicar a recondução do procurador-geral, Augusto Aras, para um novo mandato. Lula não quis responder diretamente, apenas repetiu que não vai seguir a lista tríplice que será apresentada pelo Ministério Público Federal. E culpou a força-tarefa Lava Jato, a quem chamou de "moleques", ao justificar a sua posição.>
"Única coisa que tenho certeza é que eu não vou escolher mais lista tríplice. E o Ministério Público Federal tem que saber que eu não vou escolher por irresponsabilidade da força tarefa do Paraná que foi moleque, que prejudicou a imagem do Ministério Público Federal, que quase destruiu a imagem da seriedade do Ministério Público, banco de moleque irresponsável. Eles jogaram fora uma coisa que só eu tinha feito, escolher a lista tríplice", afirmou o presidente.>
"Não tenho ninguém em vista ainda. Não vou indicar ninguém que seja meu amigo. Não quero indicar ninguém para fazer benefício para mim", completou.>
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