Publicado em 29 de maio de 2023 às 17:02
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda (29) que a visita do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, é um momento histórico e que "reflete uma política externa séria".>
"Depois de oito anos, o presidente Maduro volta a visitar o Brasil, e nós recuperamos o direito de fazer política de relações internacionais com a seriedade que sempre fizemos sobretudo com os países que fazem fronteira com o Brasil", disse o petista.>
Lula deu uma declaração à imprensa ao lado de Maduro em Brasília. O venezuelano realiza visita oficial ao Brasil, anunciada de última hora pelo governo brasileiro.>
Ele ainda participa na terça-feira (30) de encontro proposto por Lula com presidentes da América do Sul, na tentativa de retomar planos de integração das nações da região.>
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A visita oficial de Maduro, como chefe de Estado, só entrou na agenda de Lula na manhã desta segunda (29), poucas horas antes do início dos ritos – vindas de chefes de Estado costumam ser divulgadas com muita antecedência>
O governo nem mesmo confirmava um encontro bilateral entre os dois chefes de Estado, à margem do encontro com os sul-americanos. A informação, porém, circulava nos corredores do Palácio do Planalto.>
Maduro chegou no meio da manhã ao Palácio do Planalto, sendo recebido por Lula na rampa presidencial. Os dois, então, tiveram um encontro reservado, seguido de uma reunião ampliada, com a participação de assessores e ministros dos dois lados.>
Do lado brasileiro, participaram, além de Lula, o vice-presidete Geraldo Alckmin, o assessor especial da Presidência Celso Amorim e os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Fernando Haddad (Fazenda), Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social), Carlos Fávaro (Agricultura), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli.>
Também estavam na reunião as primeiras-damas dos dois países, Rosângela Lula da Silva, a Janja, e a venezuelana Cilia Flores de Maduro. Seguiu-se, então, uma cerimônia de assinaturas.>
Maduro afirmou em suas redes sociais que o encontro foi um "feito histórico" e uma vitória da "dignidade dos povos". "O resgate e o novo impulso da união entre Brasil e Venezuela é o caminho correto que vai nos conduzir até o desenvolvimento e a integração da Grande Pátria.">
A última vez que o venezuelano esteve em Brasília foi em janeiro de 2015, para a cerimônia de posse de Dilma Rousseff, que inaugurou seu segundo mandato.>
Sua entrada em território brasileiro depois acabou proibida: em 2019, o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) editou uma portaria proibindo a entrada de autoridades de alto escalão do país.>
A gestão Bolsonaro reconheceu à época Juan Guaidó, então líder da oposição venezuelana, como chefe de Estado legítimo da Venezuela. A portaria foi revogada no fim de 2022, pouco antes da posse de Lula.>
O propósito inicial da vinda de Maduro ao Brasil é a participação no encontro com 11 líderes da América do Sul, que Lula realizará nesta terça (30) em Brasília – o presidente busca uma forma de integração que seja permanente e que conte com as 12 nações da região.>
Com exceção de Dina Boluarte, do Peru, que enfrenta impedimentos constitucionais, todos os outros 11 líderes confirmaram presença.>
Ao receber Maduro em Brasília, Lula ajuda a reabilitar o venezuelano na região, após anos de isolamento e de pressão diplomática contra o chavismo. Maduro também já manteve reuniões com seu homólogo colombiano, Gustavo Petro.>
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